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O cantor e compositor Arlindo Cruz foi escolhido para ser o embaixador da campanha contra intolerância religiosa “Filhos do Brasil”, promovida pelo governo brasileiro. Para o músico, a maior religião do país é o bem: “Você pode ser do candomblé, da umbanda, crente, católico, messiânico, mas, acima de tudo, você tem de fazer o bem, e isso consiste em aceitar o próximo”, disse o músico durante evento de lançamento da campanha, nesta terça-feira (10), em Brasília.
A ação, realizada pelo Ministério da Cultura, tem o objetivo de valorizar a diversidade religiosa, o respeito ao próximo e o convívio com as diferenças. Para o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a conscientização pelo respeito se faz necessária diante do que chamou de “radicalização da intolerância religiosa”. “Filhos do Brasil é justamente para estimular a cultura da tolerância, do respeito mútuo. Os atos de violência têm aumentado, e essa campanha é essencial para construir uma cultura de paz e tolerância”, avaliou.
Principalmente as religiões de matrizes africanas, como o candomblé, a umbanda e a jurema, têm enfrentado uma onda de agressões e ataques contra seus símbolos e adeptos. Para a secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, da Juventude e Direitos Humanos, Givânia Maria da Silva, essas agressões são fundamentadas no preconceito racial e se caracterizam como atos de “racismo religioso”. “Nenhum outro grupo religioso enfrenta tanta resistência e tantos atentados. À medida que esses sujeitos se organizam como movimento e querem manter suas tradições, eles batem de frente com a questão da intolerância, com o próprio processo de formação da sociedade brasileira”.
Para a secretária, cujo Ministério dos Direitos Humanos também lançou a campanha “Acredite no Respeito”, dentro do mutirão do governo contra a intolerância religiosa, esse racismo tem se acirrado ultimamente e usado questões de fé como pano de fundo. Ela defende que somente uma mudança estrutural na educação do nosso povo pode trazer resultados efetivos de abertura para o pluralismo na cultura e na religião. Fica aqui o convite para buscarmos entender esse desafio à coexistência em nossa sociedade e colaborarmos na terapeutização de nossas teologias e atitudes frente aos outros caminhos humanos e espirituais.
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