LIBERDADE RELIGIOSA E DIREITOS HUMANOS

12316069_885434148220814_175916959899925518_nRealizou-se de 9 a 11 de dezembro, no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), no Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a “I Semana Acadêmica de Ciências das Religiões” da Federal da Paraíba, que teve como tema “Diversidade, Liberdade Religiosa e Direitos Humanos”. O evento foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões (PPGCR), Diretório Central dos Estudantes, Centro Acadêmico de Ciências das Religiões e corpo discente da graduação.

A Semana reuniu professores, pesquisadores e estudantes de Graduação e Pós-Graduação em Ciências das Religiões, Direito e áreas afins. Teve como objetivo realizar debates sobre a situação atual da religião na sociedade, onde se alternam projetos de fundamentalismos eclesiásticos e de ecumenismos inter-religiosos – com os seus respectivos desdobramentos políticos. Essa primeira edição do evento teve mesas de debates, conferências, apresentação de pôsteres, Grupos de Trabalho (GTs), minicursos, lançamentos de publicações e programação cultural.

A programação contou com a presença de conferencistas das diversas regiões do Brasil, como o Dr. Alexandre Brasil Carvalho Fonseca – UFRJ e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Dra. Araceli Sobreira Benevides – UERN; Dr. Eduardo Rabenhorst – UFPB; Dr. Romero Venâncio – UFS; Dra. Zeny Rosendahl – UERJ; Dra. Rosa Maria de Aquino – UFRP; Dra. Vírginia Leal – UFPE; Dr. Eduardo Meinberg – USP e Presidente da ABHR – Associação Brasileira de História das Religiões; Renato Ramalho – UFPB; Dr. Deyve Redyson – UFPB; e o Dr. Frederico Pieper – UFJF.

Muitos estudantes da UNICAP estiveram presentes e o PPGCR de Pernambuco foi um dos apoios ao evento. Do nosso Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife, participaram ativamente da Semana, ministrando cursos e realizando comunicações, as colegas Karina Bezerra e Andréa Caselli, além de Rafael Vilaça e Gilbraz Aragão. O professor Dr. Gilbraz conferiu a palestra “Outro olhar sobre as religiões”, onde começou se perguntando: “Como a gente pode ver reflexivamente a própria fé, entre outras tradições humanas? Como a gente pode perceber que os deuses são humanos e, o humano e cósmico, panenteisticamente, divinos?”

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E prosseguiu… “Afinal, o que é mesmo a religião, enquanto experiência, entre e para além das suas múltiplas formas? A experiência religiosa é sempre uma busca humana, frente à morte, às limitações e ao caos que nos rondam. É busca e projeção de transcendência, entre e para além de nós, que, quem alcança, interpreta como uma manifestação poderosa e mais-que-humana de sentido, de uma outra realidade, extraordinária e quase indizível, que se tenta comunicar por símbolos, narrativas mitológicas, rituais litúrgicos, com consequências éticas e interditos morais (…)

Mas, o que uma religião descobre como revelação ou mensagem divina é sempre por causa das outras – e para as outras religiões também. Daqui decorre um diálogo necessário, que tem como objetivo a promoção do direito à vida, visto que as mais diversas espiritualidades apontam para o respeito àquele poder criador da vida no mundo, que nos antecede e ultrapassa. Assim sendo, toda cultura se organiza para defender a vida e, como expressões simbólicas do patrimônio cultural da humanidade, todas as religiões merecem respeito e devem ter assegurada liberdade de crença e de culto. Para uma sociedade moderna e pluralista se desenvolver, no entanto, por respeito às pessoas de outras espiritualidades e filosofias, ao mesmo tempo o estado precisa supervisionar o proselitismo religioso e regrar o uso dos símbolos religiosos nos espaços públicos, além de não submeter questões do bem comum, como a educação republicana dos fatos religiosos, a interesses de alguma religião privilegiada…”.

 

Pra saber mais:

Da intolerância ao diálogo

Religiões e desafios de gênero

Direitos humanos e religião

Religiões no espaço público

UNICAP na UFPB

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