UNIDADE MOBILIZA CRISTÃOS

 

Oração pela Unidade Cristã no Grande Recife, em maio de 2016

DOMINGO, 01 DE MAIO: CELEBRAÇÃO NA IGREJA BATISTA DOS BULTRINS EM OLINDA, ÀS 19 HORAS.
DOMINGO, 08 DE MAIO: MISSA NA IGREJA DAS FRONTEIRAS (A IGREJA DE D.HELDER) NO RECIFE, ÀS 11 HORAS.
QUINTA-FEIRA, 12 DE MAIO: CELEBRAÇÃO NA MATRIZ DE N.ª S.ª DO ROSÁRIO, JABOATÃO DOS GUARARAPES, ÁS 19 HORAS.
DOMINGO,15 DE MAIO: CELEBRAÇÃO COM A IGREJA ORTODOXA ANTIOQUENA, ÀS 10 HORAS.
DOMINGO, 22 DE MAIO: CELEBRAÇÃO NA IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA DO BRASIL, ÀS 10 HORAS.
DOMINGO, 29 DE MAIO: CELEBRAÇÃO NA PARÓQUIA ANGLICANA DO BOM SAMARITANO, RUA JOAQUIM CARNEIRO DA SILVA, 179, BOA VIAGEM (POR TRÁS DA IMOBILIÁRIA PAULO MIRANDA DA AV. DOMINGOS FERREIRA), ÁS 19 HORAS.

 

O sentido da Oração pela Unidade Cristã, em tempos de conflito

Neste ano de 2016, em que seis Igrejas cristãs do Brasil (cinco membros do CONIC e a Aliança de Batistas do Brasil), assim como diversas entidades ecumênicas se reuniram para a 4a Campanha da Fraternidade Ecumênica – sobre o “Saneamento Básico e o cuidado com a Terra, nossa casa comum”, nós, cristãos de todas as Igrejas, somos chamados para dedicar mais uma vez uma semana ou um mês à oração e ao cuidado com a unidade entre as Igrejas cristãs. A iniciativa de propor um tempo de orações pela unidade dos cristãos nasceu em 1898. O papa Leão XIII propôs que a oração pela unidade das Igrejas fosse o tema principal da novena do Espírito Santo que, a cada ano, se faz em preparação à festa de Pentecostes.

Alguém pode pensar: “As Igrejas se dividem entre elas e depois pedem a Deus que restabeleça a unidade”. De fato, o Concílio Vaticano II afirmou que a divisão é contrária à vontade de Cristo. É consequência e expressão do pecado humano (UR. 1). Como a unidade verdadeira é dom divino, para vivê-la, precisamos nos colocar disponíveis ao Espírito de Deus e lhe pedir essa graça.

Cada ano, para a Semana da Unidade, membros de várias Igrejas, cada vez de um país diferente, preparam um roteiro com celebrações comuns e uma reflexão teológico-pastoral sobre um tema escolhido. Neste ano, o material foi elaborado por uma comissão ecumênica da Letônia, no norte da Europa. O tema proposto vem da carta de Pedro: “Chamados/as a proclamar os altos feitos do Senhor” (1 Pd 2, 9). De fato, esse texto nos recorda que somos chamados a ser povo de Deus, isso é, uma só comunidade de pessoas de várias raças e origens, chamadas a viver a aliança de intimidade divina na relação uns com  os outros.

Neste ano, a Semana de Orações pela Unidade pode ser vivida, principalmente pelos católicos, como expressão do jubileu da misericórdia. Não se trata apenas de uma atitude de piedade em relação a quem é carente. Os pais da Igreja ensinavam que a palavra misericórdia deriva dos termos latinos misereor (tenho compaixão) cordis (a partir do coração). Portanto, é “a solidariedade que vem do coração”. Não é apenas um sentimento estático, mas um movimento dinâmico que envolve todo o ser e a comunidade na direção de quem precisa. É urgente lembrar isso no mundo atual que, cada vez mais, discrimina  e exclui pessoas. Milhões de migrantes tentam escapar da fome ou da guerra e são impedidos de entrar nas fronteiras dos países ricos, muitos dos quais, responsáveis diretos pela situação que provoca a migração. E muitos dos que se recusam acolher os migrantes se dizem cristãos.

Por isso, o tema dessa Semana da Unidade de 2016 nos faz retomar a raiz da nossa vocação de discípulos/as de Jesus: Somos chamados/as a proclamar, ou seja, testemunhar, por palavras e ações “os altos feitos” do Senhor. Isso significa que, na base do nosso caminho humano não estão qualidades pessoais ou identidades nacionais, menos ainda riquezas ou diferenças raciais. Somos cristãos por termos sido beneficiados pelos “altos feitos do Senhor”. Deus nos chamou gratuitamente a nos unir em um só povo, sinal do seu amor misericordioso por toda a humanidade e pelo universo.

Por isso,  a nossa oração deve ser sempre ligada à prática da vida. A Semana da Unidade é principalmente constituída de oração em comum, mas supõe também gestos de unidade em relação a irmãos de outras Igrejas e religiões. No domingo 17 de janeiro, antes de abrir a Semana da Unidade em Roma, o papa Francisco fez uma visita à Sinagoga de Roma para expressar a sua comunhão com a comunidade judaica. Menos de um mês depois, aceitou encontrar Alexis II, patriarca de Moscou. Depois de muitas dificuldades entre as duas Igrejas (a Católica e a Igreja Ortodoxa Russa), pela primeira vez, um patriarca de Moscou aceitou se encontrar com o papa de Roma. Para dar esse passo, o patriarca pedia que o encontro ocorresse em um lugar neutro e que uma declaração comum fosse preparada por seus assessores. O papa Francisco se submeteu a todas as condições. Cedeu em tudo o que era necessário para que o encontro ocorresse. Em sua viagem ao México, criou uma escala em Cuba só para encontrar o patriarca. Aceitou que o encontro se desse não em uma Igreja e sim no aeroporto de Havana. Tudo para que ele pudesse abraçar o patriarca e chamá-lo sinceramente de “meu irmão”.

No Brasil, a Campanha da Fraternidade Ecumênica desse ano sobre o “Cuidado com a Terra, nossa casa comum” e agora a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos nos colocam nesse caminho da misericórdia divina que recebemos e que devemos testemunhar e expressar aos outros irmãos. Justamente, o texto de Pedro que fundamenta o tema dessa semana se conclui por lembrar a misericórdia divina: “Vós sois a raça eleita, a comunidade sacerdotal, a nação santa, o povo que Deus conquistou para si, para que proclameis os altos feitos daquele que das trevas vos chamou para sua luz maravilhosa. Vós que antes não éreis seu povo, agora sois o povo de Deus. Vós que não tínheis alcançado misericórdia, agora alcançastes misericórdia” (1 Pd 2, 9- 10).

Marcelo Barros.

Pra saber mais:

Fraternidade ecumênica

Cantos sagrados

Tradições no Recife

Semana da unidade

 

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