A Peripateia das Religiões é uma experiência de aprender andando e conversando, uma excursão rumo às tradições espirituais no entorno da nossa área metropolitana, tendo em vista o diálogo para uma cultura de paz. Partindo da curiosidade que os jovens manifestam, vamos visitando a cada semestre alguns centros religiosos do Recife e região, para compartilhar e discutir visões de sagrado pelas ruas e esquinas, procurando superar preconceitos e aprofundar conceitos sobre os “caminhos” religiosos dos outros.
Tal vivência formativa, com os estudantes da UNICAP, vem sendo realizada há cerca de dez anos e já percorreu muitos templos, com turmas do curso de Humanidade e Transcendência, como também com os estudantes do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião. Essa experiência surgiu por iniciativa dos professores Gilbraz, Vanderlei, Moura, e do seu coordenador, Artur “Peregrino”. A edição do primeiro semestre de 2018 aconteceu em Olinda, neste sábado 12 de maio, com visitas guiadas de setenta pessoas ao Centro Cultural Islâmico Imam Sadeq e ao Templo Budista Fo Guang Shan, dois dos últimos grupos que aportaram em nossas terras.
Giulia Muniz, estudante de psicologia e participante da Peripateia, afirmou o seguinte: “Eu não imaginava que essa atividade seria tão rica em conteúdo. Estudar as religiões dessa maneira é extremamente empolgante. Gostaria de continuar fazendo a experiência (…). Nunca mais vamos esquecer do que o sheikh falou: ‘Quais são as melhores ações? Alegrar o coração dos seres humanos, alimentar os famintos, ajudar os aflitos, aliviar a dor da tristeza e remover os sofrimentos dos feridos’”.
Como há pouco foi inaugurado na cidade um novo shopping, o Patteo Olinda, e porque estamos convencidos de que, apesar dessa Regra de Ouro da misericórdia, comum às várias tradições, os símbolos religiosos cada vez mais revestem as (e se travestem de) instituições econômicas, sendo os shoppings os novos templos de um mercado sacralizado, aproveitamos também para contemplar essa suntuosa construção e refletir criticamente sobre os múltiplos altares que povoam o nosso tempo e espaço modernos. Como lição, ficou o deslumbramento renovado com o rosto dos outros, que nos interpelam com seus jeitos de viver e acreditar, bem como a necessidade de discernimento sobre o que se sacraliza de fato – também na tradição espiritual e na existência da gente!
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