Caráter de espécie, procriação e morte: considerações sobre a doutrina schopenhaueriana da imortalidade na natureza
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2024.v24n1.p96-115Palavras-chave:
Schopenhauer, Vontade, especieResumo
O artigo explicitará o sentido da afirmação de Schopenhauer de acordo com a qual pela doutrina da imortalidade na natureza, isto é, pela variação da espécie entre nascimento e morte, chega-se à compreensão da inexistência de mal algum na morte, já que o verdadeiro ser em si não finda. A partir da análise do capítulo 41 do Tomo II de O Mundo como vontade e representação, intitulado Sobre a morte e sua relação com a indestrutibilidade do ser, num primeiro momento, será elucidada a compreensão schopenhaueriana do caráter da espécie; posteriormente, serão explicitadas suas considerações sobre impulso sexual, procriação e morte e a tese da permanência da espécie “na infinitude do tempo” (W II, Cap. 41 p. 580); e, por fim, será destacada a presença destas questões na crônica O autor de si mesmo, de Machado de Assis, e na novela Sonata a Kreuzer, de Tolstói.
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