Potenciação Sombria, Invenção do Eu e (In)Determinação Desviante

A Categoria do Demoníaco no Limiar entre a Angústia e o Desespero em Søren Kierkegaard e Emil Cioran

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2021.v21n3.p61-116

Palavras-chave:

Demoníaco, Indeterminação, Subjetividade, Angústia, Desespero

Resumo

No corpo deste artigo, Kierkegaard e Cioran nos ajudam a entender de que modo o demoníaco, como relação do indivíduo consigo mesmo, apresenta-se como força producente no centro das antinomias. A potência máxima dessa criação emana da imaginação subjetiva. Por sua vez, o sentimento de si na autocompreensão é indeterminado, pois o conteúdo criado é apenas intuído no ser do homem como angústia e desespero da própria tarefa de determinar-se. Nessa busca, o eu flutua como sombras, que nada mais são do que realidades possíveis de um si mesmo perdido na plenitude divinizante de sua indeterminação.

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Biografia do Autor

  • Cássio Robson Alves da Silva, Universidade Federal do Ceará

    Doutorando em Filosofia na Universidade Federal do Ceará - UFC.

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

SILVA, Cássio Robson Alves da. Potenciação Sombria, Invenção do Eu e (In)Determinação Desviante: A Categoria do Demoníaco no Limiar entre a Angústia e o Desespero em Søren Kierkegaard e Emil Cioran. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 21, n. 3, p. 61–116, 2021. DOI: 10.25247/P1982-999X.2021.v21n3.p61-116. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/2075.. Acesso em: 22 abr. 2025.

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