O Trabalho que não Dignifica o Homem

A Função Social do Trabalho sob a Perspectiva de Michel Foucault a partir dos Reflexos do Governo Temer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2021.v21n3.p157-176

Palavras-chave:

Direito, Justiça, Trabalho, Poder

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo a análise do direito como uma das vertentes primordiais para a caracterização da instituciona-lização do trabalho tendo como base a análise do pensamento de Michel Foucault em sua teoria do poder. Com o advento da era industrial o direi-to trabalhista surge simultaneamente como a ferra-menta não só de proteção ao trabalhador como também de legitimação da exploração laboral, que de acordo com Foucault, é um dos mecanismos que garante o exercício do poder e, consequentemente, do crescimento econômico da classe dominante em toda a história do capitalismo. A história do capitalismo no Brasil está moldada nos mecanismos de poder tendo como alicerce as questões de gênero, classe e raça representando um padrão do perfil das classes marginalizadas no mercado profissional. Para mais, não só Michel Foucault analisou a fundo a função social do trabalho, como antes dele, o próprio Karl Marx que já havia demonstrado que tal função está diretamen-te ligada à capacidade ou não do indiví-duo de submeter-se, por sua vez, aos mecanismos institucionais do labor. Portanto, o estudo visa analisar a relação entre as institucionalizações jurídicas que regulam as relações de trabalhis-tas sob o prisma do pensamento de Michel Foucault tendo como base a lei que legitima as Desigual-dades sociais na sociedade capitalista.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Clara Leite Lisboa, Universidade Federal de Sergipe

    Possui graduação em Direito pela Universidade Tiradentes (2020); Especialização em Direito e Processo do Trabalho e Previdenciário pela Faculdade Estácio de Sergipe (2017); Mestrado em andamento pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe.

  • Vladimir de Oliva Mota, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

    Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe (2001), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2005) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2012), tendo realizado estágio de doutorado na Université Paris I - Sorbonne. Atualmente é Professor de Estética do Curso de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Membro da "Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII" (ABESXVIII). Atua na área de História da Filosofia Moderna e Estética.

Referências

BOAVENTURA, Bruno J. R.; SILVA, Ivone Maria Ferreira da. O trabalho escravo como expressão latente da questão social. Revista de Doutrina TRF4, 2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em abril de 2017.

BRASIL. Decreto-Lei 5.452/1943. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em abril de 2017.

BRASIL. Organização Internacional do Trabalho. Disponível em: <http://www.ilo.org/brasilia/temas/lang--pt/index.htm>. Acesso em março de 2017.

BRASIL. Projeto de Lei 6787/2016. Reforma Trabalhista. Disponível em: < http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2122076>. Acesso em março de 2017.

COGGIOLA, Osvaldo. História do Capitalismo: Das Origens Até A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: 2016.

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 15ª Ed. São Paulo: 2016.

DURKHEIM, Émile. Sociologia e Filosofia. Coleção A Obra-prima de cada autor. São Paulo: Martin Claret, 2009.

ESTADÃO CONTEÚDO. Reforma trabalhista prevê mudanças em 100 pontos da CLT. Disponével em <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/politica/noticia/2017/04/reforma-trabalhista-preve-mudancas-em-100-pontos-da-clt-veja-as-principais-propostas-9769468.html>. Acesso em abril de 2017.

FAORO, R. Os donos do poder. Formação do patronato político brasileiro. 4. ed. São Paulo: Globo, 2008.

FELIPPE. Jonis Manhães Sales. Profissões, Corporações E Moral Na Sociologia de Émile Durkheim. Perspectivas Online: ciências humanas e aplicadas, Campos dos Goytacazes, 12 (5), 17-24, 2015.

FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil. 5. ed. São Paulo: Globo, 2008.

FOUCAULT, Michel. A Loucura e a Sociedade. Em: Problematização do sujeito: Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise. Tradução de Vera Lúcia Avellar Ribeiro. Org. Manoel Barros da Motta. Ditos e Escritos I. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. P. 235-242.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Org. e trad. de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France. Trad. de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FURTADO, R. N.; CAMILO, J. A. O. O conceito de biopoder no pensamento de Michel Foucault. Revista Subjetividades, Fortaleza, 16(3): 34-44, dezembro, 2016.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. 4. ed. São Paulo: Ática, 1985.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

IANNI, Octavio. A ideia de Brasil moderno. São Paulo: Brasiliense, 1992.

JARDIM, Katita; DIMENSTEIN, Magda. Interfaces entre a saúde mental e a justiça: desconstruções e problematizações sobre o “louco perigoso”. Veredas do Direito, Belo Horizonte, v. 4, nº 8, p. 51-63, julho-dezembro, 2007.

MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. 2ª Ed. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2008.

NETO, José Francisco Siqueira. Direito do Trabalho e Flexibilização no Brasil. Ed. São Paulo: Em Perspectiva,1997.

OST, Cláudio Roberto. Direito do Trabalho e Economia. Jornal O Sul, 2006.

PEZ, T. D. P. Breve análise sobre o sujeito em Foucault: a construção de uma ética possível. 2008. (Apresentação de Trabalho/Seminário).

PIERONI, Geraldo. Os excluídos do Reino: a Inquisição portuguesa e o degredo para o Brasil Colônia. 2. ed. Brasília: UNB, 2006.

SILVA, Aristóteles de Almeida. O capitalismo tardio e sua crise: estudo das interpretações de Ernest Mandel e a Jurgen Habermas. Campinas/SP, 2012.

SIQUEIRA, Alexander Dias; ABRÃO, Luciano Rogério do Espírito Santo. Direito, economia e flexibilização das relações de trabalho. Revista CEPPG – CESUC – Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano XIII, Nº 22, 2010.

SMITH, Adam. Os Economistas: A Riqueza das Nações, Investigando sobre sua natureza e suas causas. Editora Nova Cultura Ltda. São Paulo, 1996.

SOUSA, O. A. R. de; PESSOA, Flávia Moreira Guimarães. Iniciação ao Direito do Trabalho: um estudo a partir dos direitos fundamentais. Aracaju: EVOCATI, 2016.

STEIN, Leila de Menezes; CARVALHO, Guilherme; SANTOS, Rodrigo dos; MILANO, Mariana Tonussi; PERA, Géssica Trevizan; VECCHI JÚNIOR, Sergio Antonio. Para Uma Revisão Do Conceito De “Degradação Do Trabalho”: Resenha De “Trabalho E Capital Monopolista” De Harry Braverman. Programa de Graduação e Pós-graduação em Sociologia, da Faculdade de Ciências e Letras, da Universidade Estadual Paulista: Araraquara, 2009.

WOLKMER, Antonio Carlos. História do Direito no Brasil. 2. ed. São Paulo.

Downloads

Publicado

2021-12-29

Como Citar

LISBOA, Clara Leite; MOTA, Vladimir de Oliva. O Trabalho que não Dignifica o Homem: A Função Social do Trabalho sob a Perspectiva de Michel Foucault a partir dos Reflexos do Governo Temer. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 21, n. 3, p. 157–176, 2021. DOI: 10.25247/P1982-999X.2021.v21n3.p157-176. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1971.. Acesso em: 23 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 133

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.