PEREGRINAR PELO PÃO

“Pão em todas as mesas” é o tema do XVIII Congresso Eucarístico Nacional. O nosso saudoso profeta Dom Helder Câmara afirmava que só tem sentido adorar Jesus presente na hóstia consagrada se o reconhecemos e a ele servimos nas pessoas mais carentes. “Quem, em meu nome, acolhe um/a pequenino/a, é a mim que acolhe”. Por isso, o Grupo de Peregrinas e Peregrinos do Nordeste fará neste mês de julho sua peregrinação pelas periferias pobres do Grande Recife como a um grande santuário do Amor Divino, crucificado nos calvários do mundo de hoje. E nesta procissão eucarística da solidariedade, cada área carente que encontramos, cada comunidade que visitamos será nossa forma de preparar um Congresso no qual a adoração eucarística será implantarmos nova economia de partilha e nova política de igualdade social e respeito a todas as pessoas, como sendo presença do Cristo eucarístico entre nós. E aí, sim, “a festa haverá e o povo a cantar: Aleluia” (Irmão Marcelo Barros)

Neste mês de julho, grupos de peregrinos vão caminhar para o Recife. A peregrinação está em sintonia com o Congresso Eucarístico Nacional que os católicos realizarão em novembro na capital de Pernambuco: “Pão em todas as mesas” é o tema e o lema “E todos repartiam a o pão e não havia necessitados entre eles” (At 4, 32).

Essa peregrinação atravessará as várias cidades da Arquidiocese, no período de 10 a 17 de julho. Serão grupos pequenos que caminharão simultaneamente em três itinerários. O início será no domingo, dia 10 de julho, em cada lugar de partida:

  • Itinerário A – Zona da Mata: Amaragi, Primavera, Frexeiras, Escada, Ipojuca, Cabo e Recife.
  • Itinerário B – Agreste: Pombos, Vitória de Santo Antão, Moreno, Jaboatão, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Recife.
  • Itinerário C – Litoral: Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, Aracoiaba, Abreu e Lima, Paulista, Olinda, Recife.

O término será no domingo dia 17 de julho na Casa do Pão, que fica na Rua do Imperador, no Centro do Recife, em uma celebração que ocorrerá às 16h.

A peregrinação é promovida pelo Grupo de Peregrinas e Peregrinos do Nordeste, coordenado pelo prof. Artur Tavares; com apoio do Mosteiro do Discípulo Amado, de Abreu e Lima; Instituto Humanitas da UNICAP; Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife e Arquidiocese de Olinda e Recife.

O objetivo é fazer uma experiência do Deus da Vida, na estrada e no meio do povo empobrecido, encarnando a dimensão social e profética da Ceia do Senhor, como mesa aberta a todos e todas.

(refeição partilhada em peregrinação anterior do Grupo e, à esquerda, chegada da peregrinação na Igreja das Fronteiras)

Durante o percurso, os peregrinos vão realizar rodas de conversa sobre a fome no lugar e partilhar com os empobrecidos o que for colocado na mesa das comunidades que acolhem a caminhada, para poderem também confirmar que “o reconhecemos ao partir o pão” (Lc 24,35).

Também vão plantar uma árvore em cada cidade visitada, expressando assim a comunhão com a Mãe Terra e afirmando um compromisso de “conversão ecológica” e envolvimento com a causa da justiça socioambiental (Laudato Si).

Por fim, vão buscar a celebração do Ágape Eucarístico como vivência e sinal do Reino de Deus anunciado por Jesus de Nazaré, que convida a “sair depressa pelas praças e ruas da cidade, trazendo os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos” (Lc 14,21). 

A pessoa pode participar da peregrinação de três maneiras: caminhando integralmente os oito dias a partir de um dos três pontos iniciais; caminhando um trecho a depender de sua disponibilidade; ou celebrando o encerramento da caminhada no dia 17 de julho às 16h na Casa do Pão.

O critério para aderir à peregrinação é aceitar o convite do Deus Itinerante. Tudo muito simples: só andar a pé, sem pegar ou usar dinheiro, pois “só Deus basta” (Teresa D’Ávila); e estar aberto a receber e compartilhar pão e amor no caminho, pois “a eucaristia deve nos tornar ternos” (Charles de Foucauld).

(acolhida da peregrinação no Recife, fotos Rayane Marinho)

Pra saber mais:

Carta da Peregrinação

Estudo das Peregrinações

2 comentários Adicione o seu

  1. Marcio Anatole de Sousa Romeiro disse:

    Foi no caminho que os primeiros cristãos aprenderam a ser o Cristo, Caminho, Verdade e Vida! Parece que outros já disseram isso, mas eu não quis ser original! Apenas, algo que acredito e descobri por outros caminhos.

  2. Sergio Bucco disse:

    Acompanho estas Caminhadas desde o início (daqui de Candói, Centro Sul do PR). Bem diferente das “marchas para Jesus” que se tornou um movimento fascista e anti Reino de Deus, vocês têm feito o melhor com a graça e providência divinas em favor dos mais pobres, objetivo primeiro de Jesus Cristo. Deus abençoe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *