UNI-DIVERSIDADE DOS CRISTÃOS

O movimento cristão sofreu divisões traumáticas que começaram já no século V com os nestorianos e monofisistas e, mais tarde, seguiram com a cisão da ortodoxia oriental sob o patriarca Miguel Cerulário, no século XI. A separação mais famosa foi a das Igrejas Protestantes (luteranas, calvinistas e anglicanas) no século XVI, contudo ela foi seguida por rupturas suscitadas no Concílio Vaticano I em fins do século XIX e, no século XX, por movimentos escatológicos e pentecostais, grupos de ativismo social e, também, de evangélicos curadores e de êxtase. O ecumenismo (na foto ao lado, papa Francisco e patriarca Bartolomeu, Istambul, 2014) é um movimento, que surgiu e se consolidou cada vez mais no século XX, que visa promover a harmonia e a unidade entre todos os cristãos, dilacerada por essas numerosas divisões e cismas, muitas vezes sangrentos.

Uma das principais manifestações ecumênicas é a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), quando protestantes e católicos com maturidade teológica celebram a unidade (na diversidade) das suas Igrejas. As orações pela unidade cristã realizam-se no Brasil na semana que precede a Solenidade de Pentecostes: neste ano de 2022 será de 29 de maio a 5 de junho, Festa do Espírito Santo. Sob inspiração do Espírito de Deus, portanto, que veio e vem unir o que estava e está disperso, as Igrejas são convocadas a se reunirem e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) distribuiu um livro de orações: ele foi preparado pelos cristãos do Oriente Médio e nos ajuda a pensar e rezar pela paz com justiça, em meio aos conflitos.

Na próxima quarta, dia 1º de junho, às 18h, a capela da Universidade Católica de Pernambuco vai acolher uma celebração da SOUC, que envolve a Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese de Olinda e Recife e representantes de Igrejas membros do CONIC. Na verdade, desde 2012 a capela da UNICAP vem entrando no clima: a comunidade dos jesuítas, em um gesto de hospitalidade ecumênica para com os estudantes, funcionários e professores da Universidade e o seu pluralismo espiritual, decidiu que os católicos fariam jejum da sua eucaristia tradicional, nas quartas-feiras, para acolherem outros cristãos em uma oração seguindo a mística de Taizé. Trata-se de uma rede de comunidades onde religiosos protestantes, católicos, anglicanos e ortodoxos, que se dedicam ao trabalho manual e à meditação cristã, acolhem os jovens para cantar em cânone frases bíblicas ou versos de santos de todas as tradições.

A oração pela uni-diversidade critã em nossa capela, neste ano, reveste-se de um sentido muito especial, porque marca a reabertura da Universidade quando baixam as águas de uma catástrofe climática no Recife, que levou a mais de seis mil desabrigados e mais de uma centena de mortos – em decorrência nem tanto das chuvas mas do empobrecimento e miséria do povo. Então, unindo ecumenismo com ecologia integral, redescobrindo a missão comum da caridade, entre e para além das Igrejas, os cristãos são chamados a orar e também a colaborar, na Católica, com a promoção social e o socorro às vítimas do “dilúvio” que se abateu sobre Pernambuco: serão aceitas doações em alimentos, produtos de limpeza e depósitos. Sejam tod@s bem-vind@s!

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