O NEOCONSERVADORISMO CATÓLICO BRASILEIRO E A RESISTÊNCIA AO CONCÍLIO VATICANO II

UMA ANÁLISE SOCIORRELIGIOSA DA LINGUAGEM A PARTIR DOS NOVOS MOVIMENTOS LAICAIS

Resumo

O presente artigo pretende analisar o tema do neoconservadorismo católico brasileiro e a resistência ao Concílio Vaticano II, a partir de uma chave sociorreligiosa da linguagem dos novos movimentos laicais. A interpretação terá seu foco dentro da perspectiva sócio-teológica, mas abrangerá uma retomada da ideia de linguagem propriamente plural, proveniente da concepção de diálogo e recepção no mundo moderno, conforme a inspiração conciliar. O tema do neoconservadorismo católico brasileiro atual impõe-se enquanto uma realidade que brota de um ethos de resistência à abertura teológica conciliar e necessita de um resgate explicativo para lançar luzes sobre o modo como se vivencia a experiência eclesial. No pontificado do Papa Francisco, retoma-se a ideia de um protagonismo laical, onde insiste-se numa mudança de mentalidade para ultrapassar um clericalismo estrutural. Contudo, no interior de alguns movimentos laicais de grande influência e capilarizarão no catolicismo brasileiro, sobrevive uma orientação neoconservadora que reflete uma resistência de recepção e aplicação da teologia do Vaticano II, nos seus sessenta anos de história. Esta proposta de investigação será desdobrada em três momentos. No primeiro, resgatar-se-á algumas perspectivas históricas sobre o que é o fenômeno neoconservador católico brasileiro e suas principais características. Na segunda, será apresentada propriamente a contribuição da linguagem teológica própria do Vaticano II e sua implicação. Enfim, na terceira, analisar-se-á as influências sociorreligiosas da linguagem neoconservadora presente em alguns movimentos laicais.