MITO-FORIA

FORMAS E TRANSFORMAÇÕES DO MITO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/paralellus.2023.v14n34.p283-304

Palavras-chave:

Imaginário, Mito, Mitogênese

Resumo

As investigações desenvolvidas pelas Ciências Humanas sobre o mito permitiram revalorizá-lo a partir de certas conquistas teóricas que contrastam com a desvalorização massiva da qual ele foi objeto, durante muito tempo, sob a pressão do racionalismo positivista. Por um lado, uma identidade e uma legitimidade irrefutáveis foram concedidas ao mito como um modo simbólico de apreensão da experiência humana; por outro, ele já não se restringe mais apenas ao modo de pensamento arcaico, à civilização tradicional, mas o seu polimorfismo lhe permite estruturar e orientar representações e ações, mesmo nas sociedades com representações e normas racionais. No entanto, em muitas abordagens acadêmicas permanece uma persistência das falsas evidências, dos clichês, que merecem ser o objeto de análises críticas. Particularmente, o mito é ainda frequentemente assimilado às construções e às condutas narrativas fixas, a um campo fechado de significações, em oposição às produções racionais do pensamento que, por outro lado, seriam caracterizadas por uma mobilidade, uma possibilidade de adaptação a novos dados e, portanto, uma capacidade em progredir os conteúdos do ato de pensar.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jean-Jacques Wunenburger, Universidade Jean Moulin / Lyon 3

    Professor de Filosofia Geral na Universidade Jean Moulin / Lyon 3, onde também é diretor do Serviço de Relações Internacionais desde 2011. É vice-líder do grupo de Estudos sobre Comunicação e Imaginário – Imaginalis / CNPq/UFRGS (www.imaginalis.pro.br), presidente da Associação Internacional Gaston Bachelard, da Associação dos Amigos de Gilbert Durand e do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Imaginário (CRI2i).

  • Victor Sancassani, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

    Mestre em Comunicação e Semiótica pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2018. E-mail: vsancassani@gmail.com.

Referências

ARISTÓTELES. Poética. Tradução: Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2017.

BOULOGNE, Jacques. Le travail des poètes sur le mythe. Université de Lille III, Uranie, n. 1, p. 91-92, 1991.

BRISSON, Luc. Platon, les mots et les mythes. Paris: Maspero, 1982.

CHARTIER, Pierre. Introduction aux grandes théories du roman. Paris: Bordas, 1990.

DETIENNE, Marcel. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: UnB, 1998 [1981].

DOURNES, Jacques. L’homme et son mythe. Paris: Aubier-Mantaigne, 1968.

DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. São Paulo: Cultrix, Editora da Universidade de São Paulo, 1988 [1964].

DURAND, Gilbert. Perenidade, derivações e desgaste do mito. In: DURAND, Gilbert. Campos do imaginário. Lisboa: Instituto Piaget, p. 91-118, 1996 [1978].

DURAND, Gilbert. Figures mythiques et visages de l’œuvre. Paris: Berg International, 1979.

DURAND, Gilbert. Permanence du mythe et changement de l’histoire. In: Le mythe et le mythique: Actes du colloque de Cerisy (Cahiers de l’hermétisme, v. 12). Paris: Albin Michel, p. 17-29, 1987.

DUFOUR, Robert-Dany. Les mystères de la trinité. Paris: Gallimard, 1990.

ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 2015 [1962]. (Coleção Debates; 4).

ELIADE, Mircea. Mito do eterno retorno. São Paulo: Mercuryo, 1992 [1949].

FREUND, Julien. Pareto, la théorie de l’équilibre. Paris: Seghers, 1974.

GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 [1986].

GRIMAL, Pierre. Prefácio a Romans grecs et latins. Paris: Gallimard, Pléiade, 1963.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2019 [1938] (Estudos; 4).

JOUSSE, Marcel. Le style oral rythmique et mnémotechnique chez le Verbo-moteur. Paris: Ed. G. Baron, 1990 [1925].

MOLINIÉ, Georges. Roman grec et roman baroque: du mythe au roman. In: Formation et survie des mythes. Travaux et Mémoires. Colloque de Nanterre (19-20 avril 1974). Paris: Les Belles-Lettres, p. 75-80, 1977 (Centre de Recherches Mythologiques de l’Université de Paris X).

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mitológicas. 4 vols. São Paulo: Cosac Naify, 2005, 2006, 2010, 2011 [1964, 1967, 1968, 1971].

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mitológicas: o homem nu. São Paulo: Cosac Naify, 2011 [1971].

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Campinas, SP: Papirus, 1989 [1962].

LIBIS, Jean. Clôture mythique et ouverture romanesque. In: WUNENBURGER, Jean-Jacques (ed.). Art, mythe et creation. Dijon: UB/Centre Bachelard, 1998 (Éditions Universitaires de Dijon).

LUBAC, Henri. Exégèse médiévale, les quatre sens de l’Écriture. 4 vols. Paris: Aubier, 1959-1964.

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009 [1979].

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 2020 [1872].

ORTIGUES, Edmond. Religions du Livre, religions de la coutume. Paris: Le Sycomore, 1981.

PÉPIN, Jean. Mythe et allégorie. Paris: Aubier, 1958.

PLATÃO. Górgias. Tradução: Daniel R. N. Lopes. São Paulo: Perspectiva: Fapesp, 2011 (Textos; 19).

RESZLER, André. Mythes politiques modernes. Paris: PUF, 1981.

RIBARD, Jacques. La littérature médiévale d’origine celtique et le mythe. In: Problèmes du mythe et de son interprétation. Actes du Colloque de Chantilly (24-25 avril 1976). Paris: Les Belles Lettres, 1978 (Université de Picardie).

SEZNEC, Jean. La survivance des dieux antiques. Paris: Flammarion, Champs, 1993 [1940].

TOURNIER, Michel. Le vent Paraclet. Paris: Gallimard, 1975.

TRISTAN, Frédérick. "Lorsqu’il eut traversé le pont, les fantômes vinrent à sa rencontre". In: CENTRE GASTON BACHELARD. Jeux de fiction. Dijon: Figures, n. 10, 1992 (Éditions Universitaires de Dijon).

VARAZZE, Jacopo. Legenda Áurea. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. L’imaginaire baroque: approche morphologique à partir du structuralisme figuratif de G. Durand. In: Cahiers de l’imaginaire, Privat éditeur, n. 3, p. 85-105, 1989.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993 [1987].

Downloads

Publicado

2023-06-20

Como Citar

WUNENBURGER, Jean-Jacques. MITO-FORIA: FORMAS E TRANSFORMAÇÕES DO MITO. PARALELLUS Revista de Estudos de Religião - UNICAP, Recife, PE, Brasil, v. 14, n. 34, p. 283–304, 2023. DOI: 10.25247/paralellus.2023.v14n34.p283-304. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/paralellus/article/view/2270.. Acesso em: 12 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 38

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.