Qual o lugar da natureza nas diferentes religiões e cosmologias? Como tais perspectivas podem nos auxiliar na repactuação relacional do humano com a natureza, visando a construção de uma sociedade mais saudável? Como podemos alargar nossa compreensão sobre a natureza, ao ponto de compreendê-la enquanto organismo vivo, sujeito de direito? E quanto a dimensão do sagrado pode nos auxiliar neste exercício? De que maneira a natureza faz parte do mistério da realidade – e, portanto, deve ser contemplada em nossas místicas?
Estas são algumas das perguntas que guiaram a construção do livro que chega até você, produzido a partir de um curso de extensão que congregou o diálogo entre dezoito lideranças religiosas do Brasil. Cada encontro, mediado pelos coletivos parceiros, contou com um painel composto por diferentes líderes, que expuseram, a partir de suas perspectivas espirituais, qual o lugar da natureza e como a ela o ser humano se conecta em tais práticas religiosas. Assim, pudemos aprender com as Religiões Tradicionais, as Religiões Orientais, as Religiões Proféticas e os Novos Movimentos Espirituais.
Na riqueza das partilhas transmitidas pela internet e agora amplificadas através desta obra escrita em mutirão, descobrimos que grandes místicos, nas diversas tradições de fé, buscaram salvar os seus caminhos espirituais com uma vida tranquila e austera perto da natureza. Atualmente, a natureza é que precisa ser salva de um desenvolvimento humano não sustentável e nós devemos nos reconhecer misticamente relacionados a ela, enquanto meio divino ou que nos abre para a divina Criação.
A iniciativa é do Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife e da Cátedra Laudato Si, ambos da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), com apoio do IHU UNICAP, Observatório de Justiça Socioambiental dos jesuítas (OLMA), do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável da UPE e do Fórum Diálogos da Diversidade Religiosa de Pernambuco.
Parabéns, Gil e toda a equipe! Vocês dão um grande testemunho do reconhecimento da importância que tem a natureza em nossas possibilidades de manter nossa existência no planeta Terra.