DA COLINA DE TEPEYAC À CATEDRAL DA NOVA ESPANHA
O CULTO À SENHORA DE GUADALUPE NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE MEXICANA – SÉCULO XVI-XVII
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2024.v15n36.p109-128Palavras-chave:
Identidade, México colonial, Nossa Senhora de Guadalupe, Sincretismo religiosoResumo
A devoção de Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu para além do México e ganhou o mundo americano e ibérico após a Conquista, em 1519, e chegou aos dias atuais. Essa importância e significado devem ser tratados sob o horizonte teórico da historiografia, visto que seu sentido não é apenas teológico: enraizado nas transformações sociais da Nova Espanha, a Virgem de Guadalupe alicerça o patriotismo e nacionalismo mexicano. Os registros desse evento, entre os quais os de Francisco de Florencia, Pe. Miguel Sanchez e Nican Mopohua, oferecem subsídios para entender os contornos da Santa, o seu culto e a relação com os nativos e os espanhóis. Ao ocupar o imaginário religioso nativo, a devoção tem dois aspectos: o primeiro, afirmação do cristianismo misturado com elementos da tradição azteca, instrumentalizava o espanhol a atrair devotos; o segundo, nativos hispanizados podem ter encontrado em Nossa Senhora de Guadalupe meios para disfarçar suas antigas crenças e fundamentar um ideal nacionalista mexicano cujo modelo humano e social pode ser reconhecido em Juan Diego, personagem central de Nican Mopohua. Este é o objetivo do texto e é a justificativa para fomentar pesquisas que considerem o papel da religião na formação da identidade do México.
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