Transparência digital e institucionalidade do STF: impacto da exposição individual dos ministros nas redes sociais.
DOI :
https://doi.org/10.25247/2764-8907.2025.v4n2.p62-86Mots-clés :
Transparência digital, Redes sociais, Populismo judicial , Supremo Tribunal Federal , InstitucionalidadeRésumé
Este artigo examina a tensão entre transparência digital e o dever de institucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), analisando como a exposição individual dos ministros em redes sociais afeta a colegialidade decisória e a legitimidade democrática da Corte. O pressuposto teórico central é que a atuação impessoal e colegiada é essencial à legitimidade da jurisdição constitucional. O estudo, de caráter teórico-argumentativo, desenvolve eixos que cobrem: a fundamentação do dever de institucionalidade; a crítica ao populismo judicial digital, que transforma juízes em celebridades públicas; o contraste com a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas; e os impactos da exposição individual na cooperação processual. Conclui-se que a transparência digital, em sua forma personalista, pode degenerar em espetáculo e populismo judicial, minando a autoridade colegiada do STF.
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