Algumas notas sobre a relação entre Adorno e a Epistemologia do Sul
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2024.v24n2.p225-248Palavras-chave:
Epistemologia do Sul, Adorno, Colonialismo, Industria Cultural, ModernidadeResumo
Este artigo tem como objetivo desenvolver uma compreensão de como a indústria cultural ainda opera na era pós-colonial. Para tanto, a primeira parte deste artigo se debruçará sobre a leitura de Adorno e Horkheimer sobre a modernidade, abordando como a racionalidade instrumental pode se prestar à barbárie, juntamente com uma exposição da análise de Adorno sobre a indústria cultural. A segunda parte apresentará a teoria decolonial, sua crítica à modernidade europeia e, particularmente, seu foco no neoimperialismo. Esta teoria será então colocada lado a lado com a teoria crítica, analisando suas diferenças em relação às questões raciais e como a crítica ao capitalismo pode representar um ponto de encontro entre as duas teorias. Finalmente, a conclusão terá em conta todos os elementos anteriores para explicar a ligação entre a indústria cultural e a sua estratégia atual em áreas ex-coloniais
Downloads
Referências
ADORNO, T. Progresso. Tradução: G. Cohn. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, v. 27, p. 217–236, 1992.
ADORNO, T. Minima moralia. New York: Verso, 2005.
ADORNO, T. Why still philosophy? Critical models: interventions and Catchwords. Columbia: University Press, Sep 14, 2005b.
ADORNO, T. History and freedom: lectures 1964-1965. Trans. R. Tiedemann. New York: Polity Press, 2006.
ADORNO, T. Dialética negativa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
ADORNO, T.; Horkheimer, M. Dialectic of enlightenment: philosophical fragments.1. ed. Trans. Gunzelin Schmid Noerr. Redwood City: Stanford University Press, 2002.
AGUIAR, J. Por um marxismo decolonial: contribuições para a reflexão sociológica contemporânea. Revista Observatorio Latinoamericano y Caribeño, n. 2, 2018.
ALLEN, A. The end of progress: decolonizing the normative foundations of critical theory. Columbia University Press, 2015.
ASPRELLA, E.; SCHULZ, J. Colonialidad del saber, epistemologías del sur y pensamiento decolonial: crisis y oportunidades en la configuración de un nuevo orden mundial. Cuadernos de la Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales. Universidad Nacional de Jujuy, n. 57, p. 177-196, 2020.
BAUM, B. Decolonizing critical theory. Constellations, v. 22, n. 3, p. 420–434, 2015. https://doi.org/10.1111/1467-8675.12169
BELLESTRIN, L. Imperialismo como Imperialidade: o elo perdido do giro decolonial. In: 38º Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 2014. Disponível em: www.anpocs.com/index.php/papers-38-encontro/gt-1/gt26-1/9346-imperialismo-como-imperialidade-o-elo-perdido-do-giro-decolonial/Mle.
BERNARDINO-COSTA, J.; GROSFOGUEL, R. Decolonialidade e perspectiva negra. Sociedade e Estado, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 15-24, 2016.
BIDASECA, K.; MENESES, M. P. Introdução: as Epistemologias Do Sul Como Expressão De Lutas Epistemológicas E Ontológicas. In: BIDASECA, K.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologías del Sur. Buenos Aires: CLACSO, 2018.
BUCK-MORSS, S. Thinking past terror: Islamism and critical theory on the left. Verso, 2016.
DEMIROVIĆ, Alex. What Does It Mean to Speak of the Actuality of Critical Theory?. ACME: An International E-Journal for Critical Geographies, v. 12, n. 2, p. 366-379, 2013.
FANON, F. The wretched of the earth. Trans. R. Philcox. New York: Grove Press, 2005.
FRASER, N. Expropriation and exploitation in racialized capitalism: a reply to michael dawson. Critical Historical Studies, v. 3, n. 1, p. 163–178, 2016. https://doi.org/10.1086/685814
GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 115–147, 2008.
HABERMAS, Jürgen. “Bemerkungen zu Beginn einer Vorlesung”. In: HABERMAS, Jürgen. Die Neue Unübersichtlichkeit. Frankfurt am Main, 1983.
HORKHEIMER, M. Critical theory: selected essays. Continuum, 1995.
INGRAM, James. Teoria crítica e pós-colonialismo. Tradução: Mariana Fidelis e Simone Fernandes. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, Campinas, v. 4, p. 399–435, 2020.
JARMIN, G. Dialética negativa e o pensamento decolonial. Revista Sures, n. 10, p. 1-14, 2017.
KANE, Cheikh Hamidou. L’aventure ambiguë. Paris: Julliard, 1971.
MCARTHUR, Jan. Critical theory in a decolonial age. Educational philosophy and theory, 2021.
MIGNOLO, Walter D. Coloniality of power and de-colonial thinking. Cultural Studies, v. 21, n. 2–3, p. 155–167, 2007a.
MIGNOLO, Walter D. Habitar la frontera: sentir y pensar la descolonialidad (Antología 1999–2014). Barcelona: CIDOB, 2015.
MIGNOLO, Walter D.; WALSH, Catherine E. Ondecoloniality: concepts, analytics, praxis. Duke University Press, 2018.
NARAYAN, Y. On Biocoloniality and ‘Respectability’ in Contemporary London. Cultural Studies, v. 29, n. 2, p. 185–204, 2015.
PORTELLA, Elizabeth. Adorno’s “Natural History” and Anti-Colonial Critique: Critical Theory and Afro-Caribbean Marxism. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, v. 4, Campinas, 2020, p. 162–202.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad-racionalidad. In: BONILLA, H. (org.). Los conquistados: 1492 y la población indígena de las Américas. Bogotá: Tercer Mundo, 1992. p. 437–449.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América Latina. Dispositio, Quito, v. 24, n. 51, p. 137-148, 1999.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
RODNEY, W. How. Europe snderdeveloped Africa. New York: Verso, 1981.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SANTOS, B. de Sousa. Epistemologies of the South. Justice against Epistemicide. Abingdon: Routledge, 2014.
SANTOS, B. de Sousa. O fim do império cognitivo: a Afirmação das Epistemologias do sul. São Paulo: Autêntica, 2019.
SEGATO, Rita Laura. Raça é signo. Brasília: Série Antropologia 372, 2005.
SPIVAK, G. C. Subaltern studies: deconstructing historiography. In: GUHA, R.; SPIVAK, G. C. (Ed.). Selected Studies. New York: Oxford University Press, p. 3-32.
WALLERSTEIN, Immanuel. World-systems analysis. London: Durham, 2004.
WEBER, Max. The protestant ethic and the spirit of capitalism. Trans. Talcott Parsons. London, 1930.
WEHELIYE, A. G. Habeas viscus: racializing assemblages, biopolitics, and black feminist theories of the human. Duke University Press, 2014.
WHYMAN, T. Understanding Adorno on ‘Natural-History’. International Journal of Philosophical Studies, v. 24, n. 4, p. 452–472, 2016.
WIREDU, K. Conceptual decolonization as an imperative in contemporary African philosophy: some personal reflections. Rue Descartes, n. 36, p. 53-64, 2002.
WOOD, E. O império do capital. Tradução: P. Castanheira. São Paulo: Boitempo, 2014.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Gustavo Ruiz da Silva, Daniel Lopes Prado Matheus
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista Ágora Filosófica o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que reconheça e indique a autoria e a publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento depois da conclusão de todo processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).