Tempos desinteressantes: ensaio sobre o imediato na história ou os sentidos da vida na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2025.v25n1.p81-96Palavras-chave:
Tempo, Historicidade, AceleraçãoResumo
O objetivo deste ensaio é traçar reflexões sobre as consequências da percepção da aceleração temporal em nosso cotidiano. Deste modo, lançamos a discussão sobre a pretensa consolidação de um projeto social de presente/futuro no qual o consumo (desejo fundado na insatisfação) tomou gradativamente o lugar da utopia (apelo pela mudança), transformando cada vez mais o presente dos seres humanos como espaço de prazeres imediatos, enquanto elimina possibilidades de horizonte de expectativa tornando suas vidas “desinteressantes”. Como recorte temporal para a análise, partiremos do contexto histórico do fim da União Soviética (1991) e a suposta “vitória” do campo capitalista até o avanço de sua economia política em nossa contemporaneidade a partir das reformas neoliberais da segunda década do século XXI no mundo do trabalho.
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