Tempos desinteressantes: ensaio sobre o imediato na história ou os sentidos da vida na atualidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2025.v25n1.p81-96

Palavras-chave:

Tempo, Historicidade, Aceleração

Resumo

O objetivo deste ensaio é traçar reflexões sobre as consequências da percepção da aceleração temporal em nosso cotidiano. Deste modo, lançamos a discussão sobre a pretensa consolidação de um projeto social de presente/futuro no qual o consumo (desejo fundado na insatisfação) tomou gradativamente o lugar da utopia (apelo pela mudança), transformando cada vez mais o presente dos seres humanos como espaço de prazeres imediatos, enquanto elimina possibilidades de horizonte de expectativa tornando suas vidas “desinteressantes”. Como recorte temporal para a análise, partiremos do contexto histórico do fim da União Soviética (1991) e a suposta “vitória” do campo capitalista até o avanço de sua economia política em nossa contemporaneidade a partir das reformas neoliberais da segunda década do século XXI no mundo do trabalho.

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Biografia do Autor

  • Leonardo Rodrigues, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

    Mestre em História Social pela Universidade Federal do Amazonas (2022). Especialista em Historiografia e Ensino de História - UFAM (2018) Graduado em História - UFAM (2017). Foi professor do curso de Licenciatura em História da Universidade Nilton Lins (UNL) entre 2019 e 2023. Foi bolsista de Iniciação Científica pelo Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD/CAPES). É membro do Laboratório de História da Imprensa no Amazonas (LHIA), onde desenvolve pesquisas em torno dos seguintes temas: História e Imprensa, Ditadura Militar no Brasil, Espionagem, movimento estudantil na Amazônia, Imprensa e Vida Urbana, Ensino de História. Atualmente é membro do Instituto Humanitas (IHU) da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).

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Publicado

2025-02-27

Como Citar

RODRIGUES, Leonardo. Tempos desinteressantes: ensaio sobre o imediato na história ou os sentidos da vida na atualidade. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 25, n. 1, p. 81–96, 2025. DOI: 10.25247/P1982-999X.2025.v25n1.p81-96. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/2603.. Acesso em: 16 abr. 2025.

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