Ortodoxos

Igreja Ortodoxa 

A Igreja Ortodoxa é uma das principais Igrejas cristãs. Ela se reconhece como a verdadeira Igreja instituída por Jesus Cristo, e a seus líderes, como sucessores dos apóstolos. Seus fiéis são chamados de cristãos ortodoxos. Há uma ênfase teológica no papel do Espírito Santo e uma organização mais livre da Igreja em Patriarcados, os padres podem casar e os fiéis respeitam ícones dos santos. Mas no todo, sua doutrina é muito semelhante à da Igreja Católica: preserva os sete sacramentos e o uso de vestes litúrgicas nos seus cultos. A Igreja Ortodoxa e a Igreja Romana separaram-se no século XI: para os ortodoxos, o chefe da Igreja é o próprio Jesus Cristo e a autoridade suprema é o Santo Sínodo Ecumênico, que se compõe de todos os patriarcas e se reúne por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

A igreja cristã teve seu nascedouro sobre a doutrina de Jesus Cristo e toda ela era denominada ortodoxa, no entanto, entre os anos de 1054 e 1204, por problemas culturais, dogmáticos, disciplinares e políticos, ocorre uma ruptura entre duas metades, pelo lado ocidental, a Igreja Católica Apostólica Romana submissa ao poder do Bispo de Roma e pelo lado oriental, a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Grega, tendo como primaz, o Patriarca de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia.

A Igreja Ortodoxa sustenta que está nos Concílios ecumênicos a autoridade máxima da Igreja, daí porque, diferentemente da Igreja Católica de Roma, ela observa apenas as decisões tomadas nos sete primeiros concílios, nos quais os bispos refutaram as heresias que tentaram desvirtuar a tradição secular da Igreja. Os Concílios reconhecidos pela Igreja Ortodoxa são: Nicéia-I (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553), Constantinopla III (680), Nicéia II (787).

A missa na Igreja Ortodoxa é caracterizada pela força de sua liturgia, a qual é feita através de canto capela, ou seja, música vocal sem instrumento musical. A missa é dividida em quatro grandes instantes:

a)      O primeiro instante é caracterizado pela preparação da missa e inclui a procissão do evangelho, simboliza a vida oculta de Cristo;

b)      O segundo momento parte da procissão do evangelho até o ofertório, simbolizando a vida pública de Cristo;

c)      O terceiro momento parte do ofertório até o instante pós-comunhão, simbolizando a paixão e morte de Cristo;

d)     O último instante compreende a comunhão até o encerramento do culto. É a representação simbólica da vida de Jesus-Cristo.

Os ícones é um dos principais aspectos da devoção da Igreja Ortodoxa. Ícone identifica uma representação sacra pintada sobre um painel de madeira. Diferentemente das Igrejas Latinas, que em suas Igrejas prevalecem as imagens esculpidas, a Igreja Ortodoxa só admite imagens pintadas, com um certo padrão que diferencia da pintura comum, mesmo de natureza religiosa.

A produção de ícones religiosos era considerada uma arte nobre, que necessitava de grande preparação técnica e espiritual. O pintor precisava fazer uma purificação de seu corpo e sua alma para conseguir a perfeição, já que é o Santo Espírito que opera pela mão do pintor, daí porque não se assina a obra.

Os ortodoxos têm uma grande devoção à Virgem Maria, consagrada como Theotokos (Mãe de Deus). Existe na Igreja Ortodoxa um culto paralelo ao do próprio Cristo. Ao se ouvir o nome de Maria os fiéis fazem uma inclinação na cabeça em direção ao ícone da Mãe de Deus, dirigindo-lhe uma saudação. A devoção Mariana dos Ortodoxos é visível na diversidade de ícones feitos em sua honra, ultrapassando inclusive os ícones do próprio Cristo.

A Igreja Ortodoxa é constituída por diversas jurisdições eclesiásticas, como a Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Russa etc., que professam a mesma fé com alguns variantes culturais, praticando, no entanto, os mesmos ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de Constantinopla, embora seja um título meramente honorífico, já que cada uma dessas Igrejas são independentes. A maioria usa o rito bizantino.

Existem muitas diferenças entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa. No que se refere aos Concílios, a Igreja Ortodoxa apenas reconhece sete, enquanto que a Igreja Católica reconhece vinte; a respeito do Filioque, a Igreja Ortodoxa refuta a procedência do Espírito Santo estar no Pai e no Filho, conforme a crença Romana, mas que a origem do Espírito Santo está no Pai; Para os Ortodoxos, tanto a Bíblia quanto a tradição tem igual valor como fonte de revelação, enquanto que para Igreja Católica considera a Bíblia a maior fonte de revelação; na Igreja Ortodoxa não se permite o uso de imagens em forma de estátuas, apenas ícones, enquanto na Igreja Católica é permitido; na Igreja Ortodoxa os homens casados podem optar pela vida sacerdotal, já entre os romanos tal prática é proibida, em face do celibato; os ortodoxos tem seu batismo por imersão, os cristãos romanos por aspersão; na Eucaristia, a Igreja Ortodoxa usa pão fermentado, enquanto os católicos sem levedura; a Igreja Ortodoxa admite o divórcio, mas somente por motivos relevantes, enquanto que a Igreja Romana não permite; sobre a confissão, a Igreja Ortodoxa absolve os pecados em nome de Deus, enquanto que na Igreja Católica, os sacerdotes absolvem em seu próprio nome como representante de Deus; no processo de canonização dos santos, na Igreja Ortodoxa o povo atua no reconhecimento da santidade, enquanto que na Igreja de Romana existe um processo bastante difícil de reconhecimento; na Igreja Ortodoxa o sacramento do casamento é do padre e não dos noivos, enquanto na Igreja Católica são os noivos que celebram o casamento.

No quadro das Igrejas Ortodoxas no mundo, pode-se dividir os patriarcados em antigos, médios e modernos. Os patriarcados antigos são: Constantinopla (451 e.C), Alexandria e de toda a África (325 e.C), Antioquia e de todo o Oriente (325 e.C) e Jerusalém (451 e.C). O patriarcado medieval é o de Moscou e de toda a Rússia. Os patriarcados modernos são: Sérvios (1920 e.C), Romênia (1925 e.C), Bulgária (1971 e.C) e Geórgia (1990 e.C). A Igreja Ortodoxa dedica grande atenção na sua atividade à preservação da paz e dos valores morais e religiosos.

Site:

http://www.riordan.ru/

 

5 comentários Adicione o seu

  1. marina disse:

    historicamente,o de roma também deveria entrar né? era patriarcado antes,junto com os primeiros…

  2. Amanda disse:

    tem algumas informações incorretas quanto a igreja católica

  3. GIOVANE SILVA DE SANTANA disse:

    Para criticar é preciso conhecer. Muita crítica à Igreja Católica por desconhecimento ou má-fé. O Batismo de aspersão está proibido na Igreja Católica, na Igreja Católica o batismo de imersão também é praticado e permitido, embora o mais prático e comum seja o de INFUSÃO e não de aspersão, como foi dito. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, porque é do Pai, através do Filho.
    Santo Hilário, em 367:

    A quem julga que há diferença entre receber do Filho e proceder do Pai, respondemos que é certo que é uma só e mesma coisa receber do Filho e receber do Pai (De Trinitate VIII, 20, destaques nossos).

    Para o Santo de Poitiers, o Filho recebe do Pai a razão de proceder de Si o Espírito Santo:

    O Espírito da Verdade procede do Pai, é enviado pelo Filho e recebe do Filho, porém, como tudo que o Pai tem é do Filho, o Espírito que recebe dEle [o Filho] é o Espírito de Deus e Ele mesmo é o Espírito de Cristo. (…) Assim, já que o que é de Deus é também de Cristo e o que é de Cristo é também de Deus, Cristo não pode ser diferente dAquilo que Deus é. Cristo, portanto, é Deus e é um só Espírito com Deus (Ibid. VIII 26, destaques nossos).

    Santo Ambrósio, em 397:

    O Espírito Santo, quando procede do Pai e do Filho, não Se separa do Pai nem Se separa do Filho (De Spiritu Sancto 1,11,120, destaques nossos).

    O Bispo de Hipona foi o Padre que mais penetrou o mistério trinitário, em 430, vê-se a doutrina bem mais desenvolvida:

    Além disso, na Suprema Trindade que é Deus, não há intervalo de tempo que permita mostrar, ou pelo menos investigar, se o Filho teria nascido do Pai antes do Espírito Santo e, em seguida, de ambos teria procedido o mesmo Espírito Santo. Pois a Escritura Santa O denomina Espírito do Pai e do Filho. Com efeito, Ele é Aquele do qual fala o Apóstolo: A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai! (Gl 4,6) (De Trinitate, destaques nossos).
    A Igreja Ortodoxa reconhece esses santos e os reconhecia no primeiro Milênio. Inclusive Santo Agostinho e Santo Ambrósio como padres da Igreja.

    Outra coisa: realmente os sacerdotes Romanos devem ser celibatários, mas os homens casados podem ser diáconos ordenados. esqueceram de dizer isso.
    A TRADIÇÃO TEM O MESMO PESO DA BÍBLIA E VICE-VERSA, JUNTAS FORMAM UMA SÓ FONTE DE REVELAÇÃO. TRADIÇÃO ORAL CONSUETUDINÁRIA (ORIENTAL E OCIDENTAL), MAGISTÉRIO ORDINÁRIO /EXTRAORDINÁRIO E TRADIÇÃO ESCRITA (BÍBLIA ) SÃO A REVELAÇÃO.
    O Patriarcado Romano é um dos Antigos da Pentarquia e sempre foi o principal, aliás o Oriente foi evangelizado não por Jerusalém, mas pelo Império cuja capital era em Roma. Só Depois que Constantinopla estava estabelecida por Roma é que começou a evangelização partir, em parte, de Constantinopla. O Ocidente sempre foi importante evangelizador do Oriente.
    Esse bairrismo cultural, quase uma “xenofobia cultural oriental”, essa aversão ao Ocidente, é postura totalmente anticristã e é uma coisa inominável. Não tem nenhum fundamento cristão. Parece uma coisa herdada do nacionalismo judaico.

  4. Izaquiel disse:

    Em seguida surgiram as igrejas protestantes de onde vieram as atuais igrejas evangélicas que apesar das diferenças teológicas tem alguns pontos em comum com as igrejas católica apostólica Romana e católica ortodoxa tais como a crença na santíssima Trindade,deidade de Jesus Cristo, pessoalidade e deidade do Espírito Santo,divina inspiração da bíblia,infalibilidade da bíblia, ressurreição dos mortos,segunda vinda de Cristo, esperança celestial,etc

  5. Vanderlei de Oliveira disse:

    Se não fosse Lutero os católicos e protestantes .não teriam a oportunidade de ler e conhecer a Bíblia.

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