DIVERSIDADE E DIÁLOGO

Com a presença de pesquisadores nacionais e internacionais foi aberto, oficialmente, na noite desta segunda-feira, 3 de novembo de 2025, o II Simpósio Internacional de Religiões e Espiritualidades, tendo por tema “Diálogo Inter-religioso, Ensino e Diversidade Intercultural”, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Crato – Ceará.

O evento contou com apresentação cultural, seguida da mesa de abertura, com Pró-reitores da URCA e o Reitor Carlos Kleber de Oliveira, que destacou a importância do estudo relacionado às religiosidades e à sua pluralidade. A coordenadora da Comissão organizadora do Simpósio, Professora Adriana Maria Simião, diretora do Instituto José Marrocos de Pesquisa Sócio-Culturais do Cariri (Ipesc), ressaltou o sentido do evento, que acontece de 3 a 6 de novembro: “Mais do que uma programação acadêmica, é um gesto coletivo de fé na humanidade e na diversidade”, disse a professora.

O Simpósio nasceu no coração da URCA, através do Ipesc, conforme Adriana Simião, e do seu Observatório Transdisciplinar das Religiosidades e Espiritualidades do Nordeste. A conferência de abertura abordou o tema “Religiões: Diversidade, Educação e Diálogo”, pelo Professor da UNICAP, Gilbraz de Souza Aragão, cujo Observatório das Religiões no Recife inspirou o homólogo no Crato e os estudos sobre as religiões na URCA.

Na conferência, o Professor Gilbraz tratou de um dinamismo espiritual comum e humanizante entre e para além das religiões: as experiências místicas podem ser fator de paz justa, enquanto respeito ao mistério da realidade – que nos atravessa e ultrapassa. E mostrou que essa busca passa pelo diálogo, que requer consciência da humildade, abertura para o valor da alteridade e fidelidade à própria tradição. Mas também que se busque (com) a verdade e que se cultive, principalmente, a compaixão, a “regra de ouro”.

Ao contrário da tese exclusivista tradicional ‘Fora da minha igreja não há salvação’, ou melhor pontuando a proposta inclusivista mais recente ‘Fora do que se relaciona com o meu salvador não há salvação’, ensaia-se um projeto mais radical: ‘Fora da caridade, do cuidado com o mundo, não há salvação’. O professor Gilbraz ainda falou que tal diálogo se desenvolve pelo serviço à justiça e cuidado com a Terra, pelos intercâmbios teológicos e pela partilha das experiências religiosas. E aprofundou processos de aprendizagem para a criação de conteúdos para esse caminho.

O Simpósio será realizado de forma híbrida, também transmitido pelo canal do Ipesc, aqui no YouTube. Além do Professor Gilbraz, a programação (veja por aqui) conta com mais gente relacionada ao Observatório das Religiões da UNICAP, como a Professora Francilaide de Queiroz Ronsi, que foi orientanda de Gilbraz na Iniciação Científica e no Pós Doutorado, e hoje coordena o PPG em Teologia da PUC-Rio. Juntos eles estão animando uma Sessão Temática sobre Diálogo Inter-religioso, e a Professora Francilaide participa de mesa redonda sobre “Diálogo Inter-religioso e desafios atuais” (junto com Romi Márcia Bencke (Pastora IECLB) e Roberto Viana (URCA/Diretor de Patrimônio Cultural de Juazeiro do Norte), além de ministrar a palestra “Raimon Panikkar: o diálogo como necessidade vital para o pluralismo religioso”. Assim, a região muito católica do “Meu Padim Ciço” vai também descobrindo a necessidade e possibilidade do diálogo inter-religioso.

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