NOVAS PRÁTICAS DIALOGAIS

Data: 3 e 4 de novembro de 2022.

Forma de realização: On-line. 

Tema: O Princípio Pluralista como fundamento metodológico para novas práticas dialogais.

Promoção: Grupo de Pesquisa Espiritualidades Contemporâneas, Pluralidade Religiosa e Diálogo.

Objetivo: Questionar, refletir, provocar discussões e propor novas práticas dialogais, tendo como fundamento metodológico o Princípio Pluralista.

Comissão Organizadora: Profa. Dra. Patrícia Prado, Prof. Dr. Roberlei Panasiewicz, Prof. Dr. Werbert Cirilo Gonçalves, Ma. Camila Campos Marçal da Cruz, Ma. Rita Macedo Grassi

O Princípio Pluralista pode fundamentar novas práticas dialogais? O princípio pluralista dialoga com diversas frentes de análise da realidade social e religiosa que, por sua vez, entrelaça com teorias e práxis culturais, políticas e econômicas. Em relação ao pluralismo religioso, por exemplo, ele permite resguardar o valor da diferença e o cuidado com cada especificidade religiosa. Cada identidade torna-se mais ponderada, ao mesmo tempo em que permite maior aprofundamento do si mesmo, ou seja, do centro focal de cada religião ou espiritualidade. Perspectivas-chave, neste campo de análise, são os direitos humanos, com toda sua abrangência, e a justiça social, que perpassa toda prática ética, sobretudo em relação a situação dos empobrecidos e discriminados, seguindo rumo a recuperação do sentido de alteridade.

O Princípio Pluralista inspira novas reflexões ante os processos sociopolíticos decoloniais, que suscitam atitudes críticas às mais variadas formas de dominação e de exclusão da democracia. A sustentação do Princípio Pluralista perpassa pela noção de entrelugares, de periferias e de fronteiras das culturas. Desta forma, empodera grupos subalternos, minoritários ou excluídos, suscitando novas e criativas formas de transformação e de inclusão. Nas fronteiras, os lugares e entrelugares ficam mais expostos, pois o saber, o poder e o ser se entrecruzam, porém, provocam novas possibilidades. Ao colocar culturas em diálogo, via o pressuposto da alteridade, novas chaves de leitura se apresentam e novas realidades ficam propícias a se realizar.

Esse Princípio deve, portanto, ser fonte de todo diálogo e sustentar as inter-relações e novas construções, nos mais variados campos do saber. A falta da alteridade, do cuidado, da justiça e da equidade, expõe ao risco toda possibilidade de humanização. A manutenção do Princípio Pluralista torna todo diálogo revolucionário e, desta forma, profundamente inovador e transformador. Variadas perspectivas se apresentam em articulação ou a partir da noção do Princípio Pluralista, fundamentando novas práticas dialogais. As discussões deste Seminário perpassarão três campos de reflexão-ação, suscitando novas pulsões e criações. São eles: Educação: diálogos inter-religioso, interfé e intercultural; Ecologia integral e diálogo inter-espécies; Políticas públicas e diálogos étnico-racial e de gênero.

PROGRAMAÇÃO

Dia 03/11 – PRIMEIRO DIA

​15h às 17h15

17h15 às 18h

  • Lançamento do livro: Princípio Pluralista e Decolonialidade – Ed. Recriar

18h às 20h

Nesse campo, nosso objetivo é suscitar proposições em que o Princípio Pluralista se apresente como um referencial de análise que contribua para a construção de práticas dialogais dentro de um campo específico, o da educação, em contextos que reflitam desafios próprios deste tempo, tais como a globalização, a migração forçada, os conflitos étnicos-religiosos. Pensar formas de diálogos dentro dos prismas da interculturalidade, da pluralidade religiosa e entre fés, torna-se a cada dia uma ação necessária e urgente. A educação, nessas perspectivas propositivas, apresenta-se como um importante campo ao qual desejamos nesse seminário observar, dialogar, provocar reflexões ativas que contribuam para a construção de práticas educativas em prol de uma cultura de paz.

Composição da mesa: Mediadora: Profa. Dra. Patrícia Prado; Debatedor 1: Prof. Dr. Roberlei Panasiewicz; Debatedor 2: Prof. Dr. Alonso de Souza Gonçalves; Debatedora 3: Ma. Angélica Tostes

Dia 04/11 – SEGUNDO DIA

15h30 às 17h30

O mundo material e, portanto, a natureza e os chamados seres “mais-que-humanos” são parte inerente e de igual importância nas relações interculturais. Estar em harmonia com a Terra e não negar o mundo, como pregam algumas religiões, mas estar e ser em relação com todas as espécies e com os territórios é fundamental para a existência humana, que se encontra ameaçada e em constante transformação. Buscaremos abordar as formas em que este diálogo inter-espécies pode se dar, tendo como fundamento o Princípio Pluralista.
Composição da mesa: Mediadora: Ma. Rita Macedo Grassi; Debatedora 1: Profa. Dra. Maria Cecília Simões; Debatedor 2: Profa. Dra. Francilaide de Queiroz Ronsi; Debatedor 3: Me. Romero Bittencourt e Carvalho

18h às 20h

Trata-se de verificar como o Princípio Pluralista pode contribuir com a reflexão sobre as relações étnico-raciais e as políticas públicas de proteção aos direitos dos grupos sociais racializados e subalternizados. É sabido que o princípio pluralista irrompe em contexto das iniciativas de diálogo inter-religioso. Todavia, provocado pela dinâmica do cenário, se abre a novas perspectivas para além das práticas de diálogo entre religiosidades. Essa dinâmica exige dos que se preocupam com o fenômeno da diversidade religiosa um olhar mais atento às conjunturas sociais, políticas e econômicas. Neste sentido, supomos que o Princípio Pluralista além de exigir abertura ao diálogo étnico-racial, que efetiva o respeito sociocultural e a convivência fraterna entre os diversos, exige também engajamento social em prol da justiça social e da defesa dos direitos humanos.
Composição da mesa: Mediador: Profa. Dra. Clarissa de Franco; Debatedor 1: Prof. Dr. Gilbraz Aragão; Debatedor 2: Prof. Dr. Werbert Cirilo Gonçalves; Debatedora 3: Ma. Thaís Chianca

INSCRIÇÃO

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