MULHERES NAS RELIGIÕES

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“Como acontece em todas as Igrejas dos santos, estejam caladas as mulheres nas assembleias, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como também diz a Lei” (São Paulo aos Coríntios).

Para nossa sociedade patriarcal e machista, a mulher é mais “dada à carne” e, no imaginário bíblico de nossa cultura, é a mulher, símbolo da natureza selvagem, que leva o homem, símbolo do espírito (e depois da razão), a pecar. Por isso, ela não pode assumir o poder em muitas igrejas: a mulher é um “pedaço” do e deve depender do homem. Boa parte das pessoas queimadas pelas fogueiras da Inquisição eram mulheres, muitas delas parteiras e curandeiras, representantes de um sagrado feminino que era mais antigo, da deusa-mãe, mater natura, acqua mater. De um outro modelo de humanidade e de divindade.

Mas isso está mudando: os representantes do deus-pai vão se dando conta de que o mistério da realidade é “menina e menino”, com vários entre-lugares intercalados – e isso gera uma outra mística e política, que apreciam a dinâmica da diversidade.

Para ajudar na terapeutização e equilíbrio das relações entre as religiões e as mulheres, pois, a Rede de Articulação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, em parceria com o Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da UNICAP, o Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife e o Diálogos – Fórum da Diversidade Religiosa em Pernambuco, preparou uma tarde com duas rodas de conversa: uma com testemunhos de mulheres que exercem liderança ou animação nas diversas tradições de fé na região, mostrando como é bom (e como é ruim) ser mulher em sua religião; e outra com pesquisadoras do protagonismo feminino nas religiões. Entre uma e outra, haverá degustação de comidas características dessas religiosidades.

O encontro será no Auditório Dom Helder, no térreo do Bloco A da UNICAP, das 14 às 18h do próximo 26 de março, com entrada franca, e contará com as seguintes participações:

Mesa 1:

Mãe Elza de Yemojá – sacerdotisa candomblecista do Ilé Àse Egbé Awo, coordenadora religiosa da REDE ACTP – Rede Articulação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco;

Emilia Rabbani – PHD e professora em Engenharia Civil da UPE, líder do grupo de pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável, membro da comunidade Baha’i de Recife;

Floridalva Cavalcanti – tutora do Programa de Facilitadores de Cultura de Paz do CEBB – Centro de Estudos Budistas Bodsatva;

Helivete Ribeiro – pastora na Aliança de Batistas do Brasil, psicóloga e peregrina, membro do Coletivo Vozes Marias e do Fórum Diálogos, coordenadora do CEBI/PE – Centro de Estudos Bíblicos de Pernambuco;

Ida Katz – advogada formada em Direito pela UNICAP, estudante de rabinato do IIFRR, diretora religiosa da CIP – Congregação Israelita de Pernambuco;

Karina Ártemis – Wiccana, doutora em Ciências da Religião pela UNICAP, pesquisadora do Paganismo contemporâneo, coordenadora do Dia do Orgulho Pagão no Recife;

Alzirinha Souza – católica, doutora em Teologia pela Université Catholique de Louvain, Bélgica, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Teologia da UNICAP;

Mediadora: Janacy Mendes – membro da comunidade de terreiro, coordenadora de promoção de igualdade étnico-racial de Olinda.

Mesa 2:

Fernanda Lemos – professora da UFPB, doutora em Ciências da Religião pela UMESP, membro do grupo de estudos de gênero e religião da Mandrágora;

Maria Grazia Cardoso – professora da UFRPE, doutora em Antropologia pela UFPE, atuante nas áreas de gênero, família e trabalho feminino;

Mediadora: Zuleica Campos – professora da UNICAP, pós-doutora em Ciências da Religião pela UMESP, doutora em História e mestra em Antropologia pela UFPE, coordenadora do PPGCR-UNICAP.

 

Pra saber mais:

Dia das mulheres nas igrejas

Religião e corpo de mulher

Submissão, segundo o CONIC

Religião, mulheres e resistência

 

2 comentários Adicione o seu

  1. ANTONIO RAIMUNDO GOMES disse:

    Excelente.
    É um tema que preciso aprofundar:
    “A participação e o papel das mulheres nas religiões

  2. Leandro disse:

    Se for para tentar mudar o que foi escrito, é melhor nem dizer que é “cristão”.

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