Direitos Humanos e Espiritualidades: Interfaces
sessão do Fórum Inter-religioso
Dia 8 de maio, 17 às 18h30
Sala de Teleconferências
(térreo do bloco G4)
da UNICAP
O Fórum Inter-Religioso da UNICAP, organizado pelo nosso Observatório, articula desde 2007 uma série de encontros com animadores das tradições espirituais da região, para re-conhecimento humano da fé e exercício do respeito à diversidade de suas expressões, para reflexão sobre a vivência pluralista do sagrado e ensaio de uma mística trans-religiosa. Após estudar as principais religiões no Recife e também aprofundar temáticas transversais às grandes tradições espirituais, o Fórum da UNICAP está se debruçando agora sobre os desafios teóricos, fenomenológicos e hermenêuticos, para a compreensão crítica e engajada da nossa religiosidade.
Uma questão que tem nos desafiado, em particular, é aquela do esclarecimento do lugar das religiosidades no espaço público, que inclui o aprofundamento do conceito de laicidade e o equacionamento da relação entre liberdade de expressão e liberdade religiosa, enquanto direitos fundamentais. Há uma aparente contradição entre os Direitos Humanos laicos e as Teologias Políticas das religiões, entre as causas modernas do feminismo e das novas sexualidades, por exemplo, e a tradicional defesa da vida empreendida pelas igrejas.
Existe, de fato, um paradoxo entre o pluralismo cultural e religioso contemporâneo e a unidade doutrinal e o afã apologético reivindicados por certos grupos e pessoas de fé. Mas apostamos na possibilidade de uma concepção contra hegemônica do movimento de Direitos Humanos e queremos explorar as suas possíveis relações com as Teologias Públicas de grupos libertários das várias linhagens espirituais (como foi ensaiado na Declaração Universal dos Direitos da Pessoa pelas Religiões do Mundo).
O nosso tempo turbulento de transformação sociopolítica, em que o fator religioso tem sido decisivo, demanda, de toda sorte, um maior envolvimento crítico dos estudiosos de religião no espaço público, no sentido de terapeutizar e interpretar as expressões religiosas. Numa sociedade democrática, as pessoas religiosas devem discutir os problemas sociais à luz de sua tradição, atualizando e aprofundando valores humanos que, então, os seus líderes comunitários e lideranças políticas podem (de forma autônoma e madura, e não em nome de igrejas ou para uma igreja) traduzir em argumentos racionais para o debate público, em favor do bem comum.
Ao mesmo tempo, para uma sociedade crescer, mesmo economicamente, está claro que o governo deve controlar o proselitismo religioso e regrar o uso de símbolos religiosos em espaços públicos, além de não submeter questões legais, como a educação dos fatos religiosos, a interesses de alguma religião privilegiada. Mas saltam aos olhos as tentativas de manipulação da liberdade religiosa para catequeses proselitistas, em escolas e até em parlamentos, e o crescimento de fundamentalismos religiosos criando um fechamento moral que serve de cortina para projetos de liberalização econômica e dominação político-popular.
Dia 8 de maio, então, segunda-feira, das 17 às 18h30, na sala de teleconferências (térreo do bloco G4) da Universidade, temos uma sessão do Fórum com o tema Direitos humanos e espiritualidades: interfaces. Participarão da roda de conversa Mailson Souza, Maria Lúcia dos Prazeres, Luisa Farias e Rayane Marinho. A entrada é franca para quem tem interesse em debater, com esses cientistas da religião, sobre os portais para a transcendência do nosso povo, suas velhas e novas configurações e interfaces sociais.
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