Boletim Unicap

Aula de campo reúne alunos do Pibic, Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade Católica

O semestre letivo chegou ao final de uma forma diferente para um grupo de alunos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado da Universidade Católica de Pernambuco.

Um grupo de doze estudantes coordenados pela Profª Drª Marília Montenegro foi até Caruaru, no Agreste do Estado, onde se assistiram a um evento com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, no campus da UFPE, e participaram de atividades no Centro de Formação Paulo Freire do Movimento Sem Terra (MST), localizado no assentamento Normandia.

Marília conta que as ações marcaram o encerramento da disciplina de Multiculturalismo e Diversidade, do Programa de Pós-graduação em Direito, “mas ao mesmo tempo engajando os alunos da graduação de iniciação científica que fazem parte do grupo de pesquisa Asa Branca. Foi gratificante conhecer experiências com formação, com educação, com perspectivas de economia familiar. Esses diálogos são muito importantes para o Agreste”, destacou.

Fundado por famílias assentadas vinculadas ao MST há 20 anos, o Centro é considerado um dos principais espaços de educação popular do Brasil. De acordo com dados oficiais da instituição, 100 mil pessoas já participaram de atividades no local. O Centro também já formou oito mil estudantes em cursos próprios ou em instituições públicas.

Ainda segundo o site do Centro, dois mil camponeses processam seus alimentos nas agroindústrias instaladas na área e 60% da merenda escolar de Caruaru vem de assentamentos e são processados no Centro de Formação.

“Foram dois dias de muito aprendizado e conhecimento, a situação vivenciada na aula de campo trouxe à cena novos olhares e questionamentos que provocaram várias reflexões – impossíveis de serem elaboradas num espaço fechado de sala de aula, sem contato com o outro”, relatou o doutorando Bruno.

“Descobrir a história do Assentamento Normandia, da Cooperativa e do Centro de Formação Paulo Freire pelo depoimento daqueles que estão resistindo lá dentro, exigindo que suas vidas sejam reconhecidas e valorizadas. Tudo isso foi inestimável e fez com que eu deixasse Caruaru com a certeza renovada de que é preciso seguir caminhando e lutando por mudanças”, destaca Mariana Eva, aluna do Mestrado.

“Foi uma experiência incrível. É impressionante saber como o trabalho das ocupações do MST na agricultura fornece alimentação para 400 escolas. Foi muito rico ter uma dimensão maior do que é o Movimento Sem Terra”, disse Luísa Helena de Farias Mendes, aluna da graduação em Direito, ao relatar que o grupo se hospedou no Centro onde teve a oportunidade de conversar com a coordenação do Movimento.

“Nós tivemos várias reflexões a cerca de vários elementos de formação da sociedade. Espaços que permitissem a reflexão de como se pensar o Direito de uma forma mais próxima da sociedade, de atendimento às necessidades sociais, de forma que o Direito consiga atender o seu objetivo primordial que é o de materialização da Justiça”, analisou Ciani Sueli das Neves, doutoranda da Unicap.

 

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