Boletim Unicap

Trabalho de Conclusão de Curso de aluno de Publicidade e Propaganda se transforma em e-book

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do aluno de Publicidade e Propaganda Rodrigo Sérgio Ferreira de Paiva se transformou num e-book. A pesquisa intitulada Panther is the New Black: Representação e Cultura na Comunicação do Filme Pantera Negra está disponível para download nas principais lojas de aplicativo (Apple Store e Android) e livrarias. Fã de História em Quadrinhos, ele visitou a Mauricio de Sousa Produções, em São Paulo, em outubro do ano passado, pouco antes de defender o TCC na banca examinadora. O desempenho acadêmico enquanto estudante rendeu a ele o prêmio Expocom na categoria de Games com o trabalho Cobaia, durante o 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2018. Em depoimento ao Boletim Unicap, Rodrigo falou da experiência tida com o TCC.

Boletim Unicap – Como você estruturou o projeto? 

Rodrigo Sérgio Ferreira de Paiva  – Foi uma longa pesquisa, online e offline. Acabei escrevendo muito mais do que se espera de uma monografia comum, o que me motivou na publicação do texto como um e-book para torná-la o mais acessível possível. Quis fazer dela um “evento”, com direito a uma identidade visual própria e brindes personalizados para amigos e professores. Dei o meu melhor para que fosse a minha maior e mais completa redação produzida ao longo do meu percurso na Universidade. Literalmente, cada disciplina do curso de Publicidade e Propaganda foi utilizada nela, sutilmente ou explicitamente. Ela fala sobre vários aspectos da cultura do entretenimento e da comunicação publicitária. É muito rica em conteúdo, possuindo uma longa base teórica sobre cultura da convergência, consumo e representação negra na produção cultural até chegar ao objeto de estudo principal.

Busquei responder à pergunta: como explicar o impacto social e comercial da representatividade negra no contexto mercadológico do longa-metragem Pantera Negra (Black Panther, 2018)? Usei incontáveis livros da biblioteca da UNICAP para dissertar sobre a representatividade étnica nas Histórias em Quadrinhos, no cinema e na realidade, incluindo autores como Jenkins, Bourdieu e Stam, por exemplo. Também realizei pesquisas de campo, inclusive uma visita à Mauricio de Sousa Produções[1] (SP) e uma entrevista com os quadrinistas Rafael Calça e Jefferson Costa – Produtores da graphic novel de sucesso “Jeremias – Pele”.

Boletim Unicap – O que motivou você a pesquisar sobre esse tema? 

R.S.F.P –  Sou grande fã das adaptações de super-heróis das HQs para o cinema e outras plataformas audiovisuais. Eu possuía elas em mente antes mesmo de escolher o Pantera Negra e sua importância social e comercial como tema. O personagem é incrível e traduz uma nova era para essas produções, marcada pela representatividade e sua valorização perante o grande público. É uma figura forte, tanto em seu longa solo quanto nos filmes dos Vingadores.

Como apenas mais um branco, eu não tenho o direito de me posicionar sobre a representatividade negra, muito menos de me apropriar de uma fala alheia. Fui meramente um pesquisador aqui. Espero que essa pesquisa possa reforçar uma causa tão relevante como essa, pela qual eu tenho empatia. É tão bonita que eu me emocionei enquanto escrevia a conclusão, o que realmente não esperava. Ela reforça a mensagem de como a fantasia e a arte são fundamentais em tempos em que a sociedade está polarizada e aderente ao ódio ao invés da união.

Boletim Unicap – Quais suas perspectivas para esse trabalho e o que você leva dessa experiência? 

R.S.F.P – Agradeço muito ao meu orientador Leonardo Falcão, tal como Thelma Guerra, Gabriela Rocha, a banca avaliadora e todos que me apoiaram ao longo da produção. Espero que essa monografia, agora como um livro virtual, possa servir de base para novos e maiores projetos acadêmicos, além de homenagear o legado do quadrinista Stan Lee – Falecido no último ano. Eu soube, inclusive, que meu trabalho já está sendo utilizado como base teórica para estudantes da UPE em grupos de pesquisa, o que é ainda mais gratificante. Também já fui convidado para dar uma entrevista ao MPPE – Ministério Público de Pernambuco, onde já tive o prazer de estagiar, sobre a obra, além de falar um pouco sobre seu tema e relevância para o Grupo de Trabalho Racismo.

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