“TU AS ESCREVERÁS NOS UMBRAIS DA TUA CASA, E NOS TEUS PORTÕES” (Dt 6,9)
INTERPRETAÇÃO DA MEZUZÁ AO LONGO DA HISTÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2021.v12n31.p719-734Palavras-chave:
Mezuzá, Shemá, Deuteronômio 6,4-9, PortaResumo
O artigo apresenta as transformações da palavra hebraica mezuzá, ao longo da história. Em seu contexto original, o termo se refere aos umbrais da porta de casa, que pode compreender a trave superior, ou os dois postes que ladeiam a porta. O texto bíblico ordena escrever as palavras de Deus nas mezuzot, isto é, nos batentes da porta de casa, além de mandar escrever nos portões das cidades (Dt 6,9). A ordem soa, no contexto, como uma metáfora da escuta atenta da palavra, para internalizar o mandamento divino e para mantê-lo sempre à vista (Dt 6,4-9). Seguindo uma prática comum no antigo Oriente Próximo, passou-se a executar essa ordem literalmente, gravando as palavras na pedra ou na madeira dos umbrais das portas. Com o passar do tempo, provavelmente no período da perseguição selêucida, as palavras passaram a ser escritas em pergaminhos, enrolados em pequenas caixas tubulares e afixados à ombreira da porta, de maneira semelhante ao que aconteceu com os tefillin. A palavra mezuzá passou a designar, então, o cilindro que contém os rolos de pergaminho com escritas bíblicas e com o nome divino Shadday. Com isso, a mezuzá tornou-se um símbolo religioso e objeto de devoção, com adição de significados que essa realidade representa.
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