ESCRAVIZAR OS ÍNDIOS OU LIBERTÁ-LOS? A HERMENÊUTICA BÍBLICA DA CONTROVÉRSIA DE VALLADOLID AOS DIAS ATUAIS
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2018.v9n22.p795-804Palavras-chave:
Controvérsia de Valladolid, Las Casas, Sepúlveda, Indígenas.Resumo
O artigo expõe a argumentação bíblica usada na controvérsia de Valladolid, na qual Juan Ginés de Sepúlveda defendia a submissão social e religiosa dos índios, enquanto Bartolomé de Las Casas contra-argumentava em favor da livre adesão dos indígenas à fé cristã; e, a partir dessa discussão, abordam-se algumas consequências para a hermenêutica bíblica atual. O objetivo é discutir a interpretação da Bíblia, com relação aos povos oprimidos, expor duas visões hermenêuticas opostas e emitir um juízo de valores sobre o assunto para a atualidade. O método utilizado é bibliográfico, com a consulta a fontes históricas, com recurso à exegese e hermenêutica de textos bíblicos e com releitura crítica atualizada, em vista de ações políticas e pastorais para com grupos humanos marginalizados. Como resultado, avalia-se negativamente o uso da Bíblia para propostas colonialistas, tanto de assistencialismo social quanto de imposições religiosas, em favor de uma hermenêutica bíblica de projetos libertários que valorizem categorias de pessoas injustiçadas. Conclui-se pela necessidade da correta interpretação bíblica, por meio da exegese e hermenêutica dos textos sagrados e na ótica de pobres, oprimidos e marginalizados. O critério hermenêutico de interpretação dos textos bíblicos deve acompanhar a defesa da vida, em qualquer circunstância histórica em que ela estiver ameaçada.
Enviado: 08-12-2017 - Aprovado: 12-2018
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