Justiça militar golpista como elemento difusor de responsabilidades na guerra civil espanhola (1936-1939)
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2022.v9n18.p69-87Palavras-chave:
Responsabilidade coletiva, Sistema judicial militar, Guerra civil espanholaResumo
Conforme o apontado pelas pesquisas mais recentes sobre o assunto, a violência brutal que se seguiu ao golpe de 1936 não foi exercida por um grande número de perpetradores. No entanto, eles conseguiram que a culpa emanada do processo fosse percebida como um sentimento a ser compartilhado por amplos grupos sociais. Esse paradoxo teve sérias repercussões após a queda da ditadura, sendo a mais óbvia a falta de qualquer tipo de justiça transicional. Neste artigo, analisaremos a violência eliminacionista como elemento de união que cria culpa coletiva e que também atua como um novo pilar do poder político de Franco. Estudaremos o universo do terror, elaborando uma prosopografia dos elementos que o compõem, explicando como o articulam e como se relacionam uns com os outros. Para isso, prestaremos especial atenção ao funcionamento do sistema judicial militar, tanto em seu papel como peça-chave dentro da lógica genocida, quanto em seu papel de interpretar uma dramaturgia jurídica que busca interesses específicos. A praça militar de Pontevedra (Galiza) será o nosso caso de estudo, mostrando, por um lado, como a inexistência de uma frente de guerra não significava a ausência de violência e, por outro, como a retaguarda atuava como laboratório para testar a práticas eliminacionistas que posteriormente seriam exportadas para outros territórios da Espanha à medida que a guerra progride.
Downloads
Referências
ANDERSON, Peter. The Francoist Military Trials. Terror and Complicity, 1936–1945. Londres – Nueva York: Routledge, 2010.
ARENDT, Hannah. Eichmann en Jerusalén. Barcelona: Penguin Random House, 2015 [1963].
ARENDT, Hannah. The Origins of Totalitarianism. Nueva York: Houghton Mifflin Harcourt Publishing Company, 1973 [1951].
CABANA, Ana. Passive Resistance. Notes for a More Complete Understanding of the Resistance Practices of the Rural Population During the Franco Dictatorship. Amnis, 30/01, 2010.
CENARRO, Ángela. Matar, vigilar y delatar: la quiebra de la sociedad civil durante la guerra y la posguerra en España (1936 - 1948). Historia Social, v. 44, 2002
CIDRÁS, Aldara. Las violencias contra las mujeres en la guerra civil española según sus supervivientes. La provincia de Pontevedra (1936 - 1939). In: CAÑÓN, Lisandro (org.). Investigaciones sobre terrorismo de estado y estados de excepción. Buenos Aires: Lago Editora, 2021, p. 177–208.
DEL ARCO BLANCO, Miguel Ángel; HERNÁNDEZ, Claudio; et al. (eds.). No sólo miedo. Actitudes políticas y opinión popular bajo la dictadura franquista (1936 - 1977), Granada: Comares, 2013.
FERNÁNDEZ PRIETO, Lourenzo; MÍGUEZ MACHO, Antonio (eds.). Golpistas e verdugos de 1936. Historia dun pasado incómodo. Vigo: Galaxia, 2018.
FERNÁNDEZ-CREHUET LÓPEZ, Federico. Jueces bajo el franquismo. Once historias (y una nota sobre la depuración de los funcionarios judiciales). Granada: Comares, 2011.
FITZPATRICK, Sheila; GELLATELY, Robert. Accusatory Practices. Denunciation in Modern European History, 1789 – 1989. Chicago: University of Chicago Press, 1996.
FOUCAULT, Michel. Discipline and Punish. The Birth of Prison. Londres: Penguin Books, 1977 [1975].
GRANDÍO, Emilio (ed.). Vixiados. Represión, investigación e vixilancia na Galiza da Guerra Civil (1936 - 1939). Santiago de Compostela: Laiovento, 2011.
JOLY, Maud. Las violencias sexuadas de la Guerra Civil Española: paradigma para una lectura cultural del conflicto. Historia Social, v. 61, 2008, p. 89–107.
LANERO TÁBOAS, Mónica. Una milicia de la justicia. La política judicial del franquismo (1936–1939). Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1996.
LEVI, Primo. Si esto es un hombre. Barcelona: Austral, 2018 [1958].
MÍGUEZ MACHO, Antonio. La genealogía genocida del franquismo. Violencia, memoria e impunidad. Madrid: Abada, 2014.
MÍGUEZ MACHO, Antonio. Las milicias ciudadanas en Galicia durante la Guerra Civil (1936–1939). In: ORTEGA LÓPEZ, María Teresa; DEL ARCO BLANCO, Miguel Ángel (coords.): Claves del mundo contemporáneo: debate e investigación. Actas del XI de la Asociación de Historia Contemporánea. Granada: Comares, 2013.
MIR, Conxita. Vivir es sobrevivir. Justicia orden y marginación en la Cataluña rural de posguerra, Lleida: Milenio, 2000.
MORADIELLOS, Enrique. Historia mínima de la Guerra Civil española. Madrid: Turner, 2016.
PAYNE, Stanley. El régimen de Franco, 1936–1975. Madrid: Alianza, 1987.
PINO ABAD, Miguel. Los albores de la suprema jurisdicción castrense franquista. Anuario de Historia del Derecho Español, v. 84, 2014, pp. 365–387.
PRESTON, Paul. The Spanish Holocaust: Inquisition and Extermination in Twentieth Century Spain. Nueva York: W. W. Norton Company, 2011.
RUEDA LAFFOND, José Carlos. Reconciliación nacional. In: FUENTES, Juan Francisco; RUEDA LAFFOND, José Carlos (dirs.). Diccionario de símbolos políticos y sociales del siglo XX español. Madrid: Alianza, 2021, p. 553–558.
SÁNCHEZ RECIO, Glicerio. El estigma republicano de la magistratura. La depuración franquista de los jueces. Alicante: Publicacions de la Universitat d’Alacant, 2020.
VÁZQUEZ OSUNA, Federico. La rebel·lió de “sus señorías”. L’administració de justícia a Catalunya (1931–1945). Barcelona, Tese (Doutorado), Universitat de Barcelona, 1999.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 HISTÓRIA UNICAP
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Concedo a Revista História Unicap o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unicap acima explicitadas.