O perspectivismo (ameríndio) não é um humanismo
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n2.p102-119Palavras-chave:
Multinaturalismo, Humanismo, DeleuzeResumo
O perspectivismo ameríndio – conceito cunhado por Viveiros de Castro – traduz a ideia, comum a alguns povos amazônicos, de que todos os animais não-humanos foram outrora e/ou ainda são animais-humanos; aliás, não apenas os animais são “virtualmente” humanos, mas, igualmente, espíritos, fenômenos meteorológicos, árvores e montanhas etc. Sendo, portanto, a humanidade a condição comum partilhada por todos os entes. Nesse sentido, o presente artigo visa situar essa noção para além dos contornos do humanismo, na medida em que o perspectivismo ameríndio se pretende um pensamento que rompe com a tradição metafísica humanista. Para isso, empregaremos como instrumental teórico a filosofia de Gilles Deleuze, referência explícita de Viveiros de Castro.
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