O perspectivismo (ameríndio) não é um humanismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n2.p102-119

Palavras-chave:

Multinaturalismo, Humanismo, Deleuze

Resumo

O perspectivismo ameríndio – conceito cunhado por Viveiros de Castro – traduz a ideia, comum a alguns povos amazônicos, de que todos os animais não-humanos foram outrora e/ou ainda são animais-humanos; aliás, não apenas os animais são “virtualmente” humanos, mas, igualmente, espíritos, fenômenos meteorológicos, árvores e montanhas etc. Sendo, portanto, a humanidade a condição comum partilhada por todos os entes. Nesse sentido, o presente artigo visa situar essa noção para além dos contornos do humanismo, na medida em que o perspectivismo ameríndio se pretende um pensamento que rompe com a tradição metafísica humanista. Para isso, empregaremos como instrumental teórico a filosofia de Gilles Deleuze, referência explícita de Viveiros de Castro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Alisson Ramos de Souza, Universidade Federal de São Carlos

    Possui graduação em Música pela Universidade Estadual de Londrina (2012) e Mestrado em Filosofia pelo programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Londrina (2016). Publicou pela Editora FI o livro "Deleuze e o corpo: por uma crítica da consciência" (2017). Atualmente é doutorando em Filosofia na Universidade Federal de São Carlos. Áreas de interesse: filosofia da diferença, fenomenologia e dialética.

Referências

DELEUZE, Gilles. A dobra: Leibniz e o barroco. Tradução de Luiz Orlandi. Campinas: Papirus, 1991.

DELEUZE, Gilles. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 1992.

DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 1998.

DELEUZE, Gilles. Spinoza et le problème de l’expression. Paris: Les Éditions Minuit, 1968.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs, v. 1. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995.

HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Tradução de Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2005.

LÉVINAS, Emmanuel. Humanisme de l’autre homme. Montpellier: Fata Morgana, 1972.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “O que me interessa são as questões indígenas – no plural”. Entrevista concedida a Flávio Moura. In: SZTUTMAN, Renato (org.). Eduardo Viveiros de Castro. Tradução de Iraci D. Poleti. Rio de Janeiro: Beco do Azougue. 2007, p. 74-85.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “Se tudo é humano então tudo é perigoso”. Entrevista concedida a Jean-Christophe Rouyoux. In: SZTUTMAN, Renato (org.). Eduardo Viveiros de Castro. Tradução de Iraci D. Poleti. Rio de Janeiro: Beco do Azougue. 2007b, p. 88-113.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac naify, 2002.

ZOURABICHVILI, François. Deleuze, une philosophie de l’évenement. Paris: PUF, 1996.

ZOURABICHVILI, François. Le vocabulaire de Deleuze. Paris: Ellipses, 1994.

Downloads

Publicado

2023-05-12

Como Citar

RAMOS DE SOUZA, Alisson. O perspectivismo (ameríndio) não é um humanismo. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 23, n. 2, p. 102–119, 2023. DOI: 10.25247/P1982-999X.2023.v23n2.p102-119. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/2340.. Acesso em: 31 out. 2024.

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.