A crise ecológica e a salvaguarda das condições de vida: exigências éticas e premissas para um novo humanismo
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2024.v24n2.p61-89Palavras-chave:
homem, globalização, África, ética, ecologiaResumo
A interdependência e a igualdade fundamental entre todos os homens em dignidade e direitos leva-nos a postular condições de vida mais humana e mais justa, bem como a reflectir sobre aquilo que a assombra como, por exemplo, as tendências prevalentemente liberalistas, utilitaristas e os desequilíbros ecológicos. Tem se verificado uma maior sensibilidade em relação ao ambiente e tem se adoptado propostas éticas para enfrentar tal emergência, mas a tendência ainda não foi invertida nem modificada. A natureza continua a ser tratada como uma res nullius e os efeitos desta tendência comprometem cada vez mais o ambiente. Por isso, urge reflectir sobre a crise que ameaça o planeta e restabelecer as condições de sobrevivência da nossa “casa comum”. Tal proposta de solução pode ser possível com uma postura ética, ou seja, pela consciência de que todo o ser vivo tem necessidade de condições vitais de ambiente sadio. A postura ética como proposta de solução à crise ecológica justifica-se pelo facto de que o contexto de interdependência dos organismos entre si com o habitat em que se encontram, impõe regras que criam o sentido de pertença de que derivam obrigações e deveres, e cria a consciência de que é justo e bom quanto concorre para a preservação, integridade, estabilidade, beleza e equilíbrio do planeta.
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