Xucuru

 

Xucuru

 

História

Os Xucuru são um grupo indígena brasileiro que habita a serra do Ororubá, no município de Pesqueira, estado de Pernambuco. Autodenominam-se Xucuru do Ororubá, para distinguir-se do povo Xucuru-Cariri de Alagoas.

O município de Pesqueira tem suas origens no aldeamento do povo Xucuru, promovido pelos padres da Congregação do Oratório de São Felipe de Néri, a partir de 1661. O aldeamento também era local de criação de gado pelos missionários, que utilizavam mão de obra indígena. Com a aplicação do Diretório dos Índios (1757) do Marquês de Pombal, o aldeamento foi elevado à categoria de vila, a Vila de Cimbres em 1762. Em 1880, Cimbres passa a ser distrito do município de Pesqueira.

Ao longo do tempo, a terra onde viviam os indígenas foi sendo ocupada por arrendatários, que expulsavam os índios. Em 1850, após a promulgação da Lei de Terras, as autoridades locais pediram ao governo da Província o fim do aldeamento, alegando que os índios já eram caboclos. Em 1879, o aldeamento foi extinto oficialmente. Os indígenas se dispersaram, buscando outros ex-aldeamentos, a periferia das cidades ou refugiaram-se em locais de difícil acesso. Alguns ainda permaneceram em suas primitivas terras, trabalhando para os fazendeiros que detiveram a posse. Apesar do fim do aldeamento, os índios Xucuru mantiveram a prática de seus cultos religiosos ainda que proibidos.

Com a criação do Serviço de Proteção ao Índio, e a instalação de um posto em 1954 na Serra do Ororubá, os xucurus buscaram o seu reconhecimento pelo Estado. Mas, os conflitos com os fazendeiros e posseiros perdurava, pois a política do órgão indigenista era assegurar aos índios pequenas áreas de terras, cercadas por não-índios.

Após a promulgação da Constituição de 1988, que reconheceu aos índios o direito ao usufruto da terra tradicionalmente ocupada por estes povos, os xucurus liderados pelo cacique Chicão, reorganizaram-se em torno da reconquista da terra. Porém provavelmente a mando de fazendeiros descontentes com a luta para a demarcação de terras. Um homem não identificado, assassinou o cacique Chicão no dia 20 de maio de 1998.

Hoje, na Serra do Ororubá os índios Xukuru vivem, em 24 aldeias, com uma população de 9.000 índios, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde de 2006. A terra indígena, homologada em 2001, ocupa uma área de 27.555 hectares, dos quais 103.162 estão no município de Pesqueira e 21.118 estão no município de Poção (Pernambuco). Os índios desenvolvem atividades agrícolas e bordados tipo renascença. Além disto, no núcleo urbano de Pesqueira, habitam aproximadamente 200 famílias indígenas, sobretudo no bairro Xukurus.

 

Principais crenças

A religião dos Xucuru hoje é um sincretismo entre as práticas e crenças de seus antepassados, e a religião católica. O deus Tupã e a deusa Tamain foram sincretizados com o deus cristão, e com N. Sra. das Montanhas. Em seus cânticos eles gritão “Viva Tamain, Pai Tupã e o Cacique Xicão”. A festa de Tamain tem uma participação maior de pessoas, e ela é invocada como protetora dos xukurus e de Cimbres.

O maior laço que une a tribo, até mais importante do que o parentesco, que acabou por se transformar em símbolo da resistência dos índios do Nordeste, é o ritual do tore. Este transcende a questão de passado, presente e futuro, porque nesse campo entidades como pajés e caciques que já foram plantados [faleceram] estão presentes e ganham corporeidade, seja pelo canto, seja na fala. O simbolismo do ritual e o respeito dispensado a ele – ensinados de pai para filho – são questões sagradas entre os xucurus. No entanto, na prática, os cânticos da igreja são incorporados ao toré, que é dançado dentro da igreja.

Sobre a morte, segue uma transcrição do lamento de dona Lica e em seguida da esposa do cacique Xicão, quando de sua morte: “Natureza sagrada chorou e gemeu porque tinha perdido seu filho”. “Ele não vai ser enterrado, ele não vai ser sepultado. Ele vai ser encantado, para que dele nasça novos guerreiros minha mãe natureza!”.

 

Festas importantes

Acompanhando o calendário festivo em Cimbres, dos santos católicos romanos:

1. É festejado em junho: São João, chamado Caô pelos Xukuru.

2. 2 de julho: N. Sra. das Montanhas, denominada Mãe Tamain.

3. Em setembro: S. Miguel

4. Também rezam o Terço, promovem novenas, e viajam a Juazeiro do Norte/CE para as celebrações que lembram o Pe. Cícero.

 

Endereço físico e virtual

Serra do Ororubá e bairro Xukurus, Pesqueira/Pernambuco.

http://www.xukuru.de

7 comentários Adicione o seu

  1. kauane disse:

    esse é o meu ovo essa é miha raça a vida é nos constroi na mandaru até xau

  2. willams disse:

    Orgulho de ser uma parte dessa tribo. Sou neto da Josefa Francisca.

  3. veronica disse:

    oi eu gostaria de saber coo posso confirmar e sou neta de indio por que meu avo e filho de indio

  4. Suliana Galvao disse:

    nao sou indigena.??? ora quem no Brasil nao tem um pouco desse misticismo? sou de Pesqueira e muito me orgulho de fazer parte desse povo Xucuru, me sinto indigena mesmo sem qualquer caracreristica ou parentesco direto!

  5. Pingback: SAGRADO XUCURU
  6. Ricardo Leobino Aguiar da Silva disse:

    Na tarde do dia, 05/11/2022. Tive a rica oportunidade de conhecer a Casa de semente Mãe Zenilda Xukuru . Lindo projeto, linda história de um povo guerreiro . Que a luta continue e os povos entenda que todos brasileiros são índios em sua árvore genealógica.

    1. Então sr Ricardo você pode me ajudar qual foi o sistema de escrita do povo indigina xucurus muito obrigado

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