Lançamentos de livros e mesas-redondas marcam 2º dia da XX Semana de Estudos Linguísticos e Literários
|A programação da noite desta terça-feira (23) da XX Semana de Estudos Linguísticos e Literários da Católica foi marcada por lançamentos de livros e mesas-redondas que discutiram as obras com as presenças dos autores. Gêneros no contexto brasileiro: questões [meta] teóricas e conceituais; e Linguagem e Direito: caminhos para a Linguística Forense foram os temas abordados no auditório G1 e que intitulam os livros.
A primeira mesa teve a presença da Drª Ângela Dionísio, professora da Universidade Federal de Pernambuco. Com estágio em pós-doutoramento na Santa Barbara University, nos Estados Unidos, com Charles Bazerman, ela classificou o livro do Prof. Dr. Benedito Bezerra como “uma obra que marca definitivamente os estudos de gênero no Brasil, um divisor de águas”. As professoras do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Católica (PPGCL) Nelly Carvalho e Roberta Caiado (coordenadora) fizeram a mediação.
Benedito também participou da mesa. Durante a sua explanação, ele mostrou sete teses e fez algumas considerações nas quais defendeu o fim das ‘fronteiras’ entre gêneros textuais e discursivos. “Estudá-los em separado é muito reducionista, é fazer uma caricatura grotesca”. Ele finalizou a fala citando um trecho do livro que escreveu: “A partir do gênero, tanto o texto como o discurso podem ser relacionados produtivamente com seu contexto cognitivo e social, e assim tanto o estudo teórico como a aplicação pedagógica se tornam muito mais variáveis e eficazes”.
A segunda mesa reuniu o Prof. Dr. Alexandre Saldanha (do PPGCL da Unicap) e a Profª Drª Virgínia Calado, autora do livro. A mediação foi do doutorando e mestre em Direito pela Católica, o professor Vinícius Calado. Ele é secretário da Associação de Linguagem e Direito (Alidi). A explanação de Alexandre foi intitulada Direitos Autorais e Estilos Literários. Entre outros assuntos, ele falou sobre plágio, domínio público, obras em licença aberta e as exceções previstas em lei. “O plágio é uma apresentação indevida com a falta de crédito ao autor original. Não precisa transcrever a palavra. A teoria copiada (sem creditá-la) já configura plágio de ideia”, explicou ele.
Num outro momento da mesa redonda, a professora Virgínia Calado ressaltou o “solo epistemológico muito fértil entre a Linguagem e o Direito”. Ela é a presidente da Alidi e faz parte da International Language and Law Association (ILLA). “Partimos do pressuposto de que o domínio da relação entre a linguagem e atividade jurisdicional se inscreve numa prática necessariamente transdisciplinar. Não há mais espaço para a gente pensar que é só linguista de um lado e jurista de outro”, disse Virgínia que fez o estágio de pós-doutoramento em Direito na Universidade de Brasília e tem mestrado e doutorado em Linguística.