Comunidade Acadêmica da Unicap celebra Santo Inácio de Loyola
|O Dia de Santo Inácio de Loyola, 31/07, foi celebrado com Missa na Capela da Universidade Católica de Pernambuco. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Padre Sérgio Magalhães, que na ocasião comemorou aniversário de ordenação sacerdotal. O Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens proclamou o Evangelho e proferiu a Homilia, onde destacou a vida de Santo Inácio de Loyola. Acompanhe.
“Essa festa de hoje recorda Inácio de Loyola, que antes de agente olhar para ele como santo tem que perceber o caminho que ele fez até chegar lá. O que significa recordar um homem vaidoso, um cavaleiro medieval cheio de ideais, mas que foi atingido na vida por uma bala de canhão que mudou tudo. Então, Inácio nesse momento repensa sua vida, a sua existência e reorienta os seus valores. Eu digo reorienta porque, na verdade ele nunca deixou de ser teimoso, na verdade ele nunca deixou de pensar nesses ideais de fidelidade, não mais ao Rei da Espanha, mas a Jesus Cristo. Então, a conversão de Inácio, e creio eu toda a conversão, não foi mudar da água para o vinho, mas foi reorientar tudo que ele era numa outra direção. Essa experiência dele acabou ganhando corpo, instituição e esse grupo de Jesuítas que a gente faz parte, nós nos sentimos tocados, não por uma bala de canhão, mas pela força dessa experiência de Inácio de Inácio de Loyola.”
“Outra é a experiência de Paulo. Paulo, também, tinha sua personalidade bastante forte, mas o episódio que eu lembro aqui, ele passou a ser perseguidor dos cristãos. Então, de perseguidor dos cristãos ele se torna um grande apóstolo do cristianismo, um seguidor de Jesus. E o quê que mudou? É que ele era um homem justo, segundo a lei. Ele muito marcado pela força da lei, dessa grande tradição do mundo judaico, ele também ‘caiu do cavalo’ e aí percebeu que a vida não era só obedecer a lei, seguir as regras e que a salvação viria do encontro com Jesus Cristo. Por isso, essa carta em que ele diz que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento e ele alcançou a misericórdia de Deus.”
“Essas experiências são fortes quando a gente percebe que mesmo na nossa miséria, no momento em que a gente toca a miséria de nossa vida, em momentos diversos de nossa existência, uma miséria humana que nós participamos, então ele diz que o encontro com Jesus foi um olhar de Deus, não pelo fato dele cumpri a lei, mas pelo fato de Deus compadecer até da miséria dele. Isso o transformou. Essa experiência forte de fé tem como base essa experiência de Deus, em que Deus não rejeita, nem sequer a nossa miséria. Deus, segundo Paulo, tem a capacidade de amar de forma misericordiosa e abraçar a nossa miséria e transformá-la. O próprio Papa Francisco fala muito do Deus misericordioso, tentando nos ajudar fugir dessa visão da Igreja Católica, ou da fé, do cristianismo como uma visão muito normativa, o que pode e o que não pode fazer. Então o Papa nos convida, certamente leitor de São Paulo, a perceber Deus como coração mais do que Deus como lei, que julga os outros.”
“Por fim nessa minha experiência, esses dois discípulos anônimos que buscavam Jesus como mestre e Jesus pergunta: ‘o que buscai?’ E eles perguntam de volta: ‘onde moras?’ Eles perceberam que qualquer resposta de Jesus seria insuficiente para a busca deles. Eles não queriam uma resposta teórica, eles queriam fazer essa experiência de viver com este homem que atraia multidões. Jesus aceita o desafio e diz: ‘vinde e vede’.”
“E aqui, nós somos uma universidade e muitas vezes muitos jovens, muitas gerações, ou mesmo entre colegas, professores ou funcionários, essa pergunta pode aparecer: o quê que eu estou buscando mesmo? O quê que eu procuro? E aí, se eu quiser seguir a simplicidade dessa leitura, como convidar as pessoas e dizer vamos fazer juntos essa experiência, vamos nos deixar tocar por uma experiência que ultrapassa a ciência que a gente, mais ou menos, domina e, então, eu diria que a nossa resposta vinde e vede a nossa casa, essa comunidade acadêmica, pode ter três lugares. Um lugar para responder essas buscas que temos em nossa vida e, sobretudo, que os estudantes vêm com muitas interrogações. Nós habitamos uma cidade, nós estamos no centro e nós podemos fazer essa imersão. Essa cidade é nossa e transformar tudo que não gostamos em projetos que possam ajudar a fazer dessa cidade uma verdadeira cidadania. A gente pode ousar e dizer: não, a nossa casa é o mundo, como a carta do Papa, convidando a gente assumir essa agenda socioambiental, que nós inauguramos também aqui na universidade, o mundo é a nossa casa comum e de que maneira nós vamos cuidar dela, para que seja um mundo mais justo e mais fraterno.”
“É diante de tudo isso que o apóstolo Paulo, numa outra leitura diz: ‘a criação, a humanidade, ela geme e sofre mais as dores do parto. A nossa esperança é que tudo isso que nós estamos vendo sejam dores de um parto de um mundo novo, de uma universidade nova, de uma cidade nova, e que sabem, dentro de cada um de nós, uma vida nova. Resta saber quem vão ser as parteiras desse parto. Certamente uma universidade como esta, com as diversas competências que cada um, aqui, tem podem ajudar a fazer esse parto mais rápido e a gente poder dizer que nós vivemos num mundo, numa casa comum, que nós participamos dela; numa cidade, que nós transformamos; numa universidade, que é de fato a nossa casa, porque é a comunidade que a gente trabalha e esse trabalho é, também, uma missão de vida.”
Após a Missa, o Reitor convidou os presentes para a inauguração da primeira etapa da Rota Acessível da universidade e para participar da recepção no Centro Cultural.
Acompanhe as fotos no álbum abaixo.