Aluna de Jornalismo interpreta Maria na Paixão de Cristo do Recife

“O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão”. A frase de Honoré de Balzac pode representar a figura de uma das mães mais importantes de toda a história da humanidade. Maria, mãe de Jesus Cristo. E é com esse simbolismo que, pela primeira vez, a aluna do 6º período do curso de Jornalismo e estagiária da Assessoria de Comumicação da Universidade Católica de Pernambuco Angélica Zenith interpreta “Maria”, na Paixão de Cristo do Recife, dirigida pelo diretor e ator José Pimentel, que acontece pelo 16º ano consecutivo, de forma gratuita, no Marco Zero, da Cidade do Recife, de 4 a 8 de abril.

  Interpretar a mãe de Cristo não é novidade para a atriz e futura jornalista. Zenith já havia vivido a personagem na encenação da Paixão de Cristo da Paraíba, onde trabalhou por sete anos. A história da atriz com as artes cênicas não é de hoje. Antes de começar seus estudos na área da comunicação, Zenith já trabalhava com teatro. Sua história artística começou muito cedo. Aos 13 anos de idade, a artista já participava de oficinas de teatro com o então ator e diretor do espetáculo da Paixão de Cristo recifense, José Pimentel. Desde lá, Angélica nunca mais deixou o teatro de lado, e há nove anos, segue a profissão.

Esse é o seu primeiro ano interpretando Maria na Paixão, porém não foi a primeira vez que participa da trama. Em 2010, Angélica já havia estado em cena, atuando no chamado Bacanal de Herodes. Além da Paixão de Cristo, a estudante também participou da encenação da Batalha dos Guararapes, participou da reconstituição da novela A Moça do Sobrado Grande, na homenagem aos 50 anos da TV Jornal (SBT – Recife), ambos, trabalhos também dirigidos por José Pimentel. Também participou de festivais de teatro em outros estados do país, encenando peças, produzidas por grupos de teatro amadores de Pernambuco.

A atriz conta que o convite para interpretar Maria foi inesperado. “Recebi o convite do diretor do espetáculo, Zé Pimentel, através de um e-mail, onde ele me perguntava se eu achava que tinha condições de interpretar a personagem”, comenta. Ainda, segundo Zenith, o ator e diretor é o principal responsável pela sua formação teatral. Em nove anos de carreira, cinco deles foram dedicados às oficinas de teatro promovidas por Pimentel. “Ele (Pimentel) é a minha principal referência como ator. Quando recebi a proposta, fiquei muito surpresa e, ao mesmo tempo, muito feliz pelo convite e reconhecimento do diretor pelo meu trabalho”, explica a artista.

Mesmo surpresa com a novidade, Angélica Zenith acredita que interpretar Maria não será um desafio, por já ter vivido a mesma personagem na Paixão de Cristo da Paraíba. Porém, a atriz não esconde  a ansiedade de interpretar a Maria da Paixão do Recife. “A minha maior alegria em ter sido escolhida para viver uma personagem tão importante na história cristã é principalmente por poder contracenar com esse importante ator para Pernambuco, que é José Pimentel. Se hoje sou uma atriz, é graças a ele que me ensinou a fazer teatro” enfatiza Zenith.

Jornalismo e teatro juntos

De acordo com a estudante de Jornalismo, a carreira de atriz contribuiu para a escolha do curso. Segundo Zenith, antes de começar a estudar Jornalismo, pensou em cursar Bacharelado em Artes Cênicas, por amar a profissão de atriz e por já estar atuando na área. Como no Recife, só havia o curso de Licenciatura da UFPE, a artista preferiu optar por outro curso, mas que estivesse também ligado à comunicação. “O ator é um comunicador, então não poderia escolher qualquer curso que não fosse dentro desta área”.

Após uma pesquisa feita por ela, junto a um estudo detalhado a respeito dos cursos e breves conversas com profissionais da área, resolveu escolher o jornalismo. “O teatro tem me ajudado muito na profissão de jornalista. Principalmente, na construção de meus textos e em minha articulação, na hora de apresentá-los”, explica Angélica.

A notícia de que Angélica iria ser a nova Maria da Paixão de Cristo do Recife foi recebida com alegria pelo professor do curso de Jornalismo da Católica e seu amigo, Vlaudimir Salvador. “Como ex-professor de Angélica e seu amigo, fiquei muito feliz em saber da novidade. Ela é uma excelente aluna e tem um grande talento. Sei que não vai demorar muito para que ela cresça em ambas as carreiras. Seja no jornalismo ou nas artes cênicas”, felicita o professor.