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Parceria da Católica com o IJCPM de Compromisso Social estimula jovens moradores de Brasília Teimosa

Coordenadoras do projeto e professores estagiários em aula-inaugural

Desde setembro de 2009, o destino de moradores, entre 16 e 24 anos, da comunidade de Brasília Teimosa ganhou um novo sentido: o Espaço Jovem Rumo ao Futuro, projeto do Instituto JCPM de Compromisso Social. A Universidade Católica de Pernambuco, em parceria com o Instituto, lançou,  terça-feira (30), o projeto de curso pré-vestibular nas dependências do Espaço, sob a responsabilidade do coordenador de Extensão, Alcivam Paulo de  Oliveira, e da professora de Pedagogia, Mariza Sposito, ambos da Católica.

“O projeto realiza a extensão da Universidade, conforme a concebemos no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), ou seja, a atividade possibilita uma ação da Universidade com o público externo. Neste caso, com a comunidade de Brasília Teimosa”, afirma Alcivam.

Ao todo, os 50 alunos são oriundos de escola pública, que já concluíram o Ensino Médio ou estão concluindo. Todos com esperança e objetivo semelhantes: ingressar em uma universidade. O projeto irá preparar os estudantes para o Enem e vestibular deste ano. “A princípio, seriam 25 jovens. Mas a demanda foi grande. Mais de 150 se inscreveram para a seleção. Então, para não frustrá-los, optamos por aumentar para mais uma turma”, explica a professora Mariza Sposito.

O IJCPM trabalha a perspectiva de empregabilidade e cidadania dos alunos, por meio de oficinas de português, matemática, informática e inglês. “Além de jovens que querem espaço no mercado de trabalho, notamos a vontade dos alunos de fazer um curso superior. Por isso, surgiu a parceria com a Universidade, que ficaráresponsável pela orientação pedagógica do curso pré-vestibular”, explica a coordenadora do Espaço, Juliana Martorelli.

A metodologia das aulas será dividida em três módulos. O primeiro deles vai ser iniciado nesta segunda-feira (5), com as disciplinas de matemática, história e português. Os professores estagiários são estudantes da Católica. Desta forma, a Universidade procura estimular a licenciatura como trabalho social. Além de orientação pedagógica, a Universidade também irá disponibilizar um profissional do curso de Psicologia para acompanhar o projeto.

O professor estagiário de matemática, Davi Ribeiro, está sendo conduzido por um foco. “Dar o conteúdo necessário para os jovens atingirem o objetivo de cursar o ensino superior”, explica.

Licenciatura como trabalho social

Estudante Fabiano Pinheiro em dinâmica com o grupo de alunos

O estudante do curso de História Fabiano Pinheiro, de 34 anos, é um dos estagiários que fazem parte desse projeto. Fabiano tem uma história parecida e, ao mesmo tempo, diferente dos alunos. A semelhança está em sua origem. Ex-aluno de escola pública, ele viveu os mesmos obstáculos enfrentados pelos jovens.

De forma dinâmica, o estagiário fez todos os alunos presentes se apresentarem em uma brincadeira que descontraiu o ambiente. Com a junção de seriedade e diversão, ele conseguiu despertar a atenção de todos para o objetivo do programa, que poderá acarretar mudanças. “A vida de vocês pode ser dividida em duas fases: pré e pós-universidade. Um curso superior pode abrir muitos caminhos. Contem comigo e com a Universidade para o que precisarem”, estimula.

Segundo ele, a diferença entre a sua história e a dos 50 alunos matriculados é o fato de ele não ter tido a mesma oportunidade. Fabiano passou nove anos fora do ambiente universitário. Não por vontade própria e, sim, por necessidade. A falta de condições financeiras não permitiu o aluno continuar a graduação de História. O tempo serviu para ele batalhar até chegar a um ponto, quase dez anos depois, de ter condições para custear o curso.

Sempre próximo de projetos voluntários, motivação é a palavra utilizada por Fabiano para descrever o objetivo do trabalho. “Nós de escola pública carregamos a obrigação de ajudar os outros a chegarem onde a gente está chegando. Por isso, irei dedicar quatro horas do meu dia a esses jovens, sobretudo para que eles acreditem neles mesmo.”

Expectativa

Aluno observa o projeto como uma nova chance

Lucas de Souza Santos, de 18 anos, é um dos  felizardos. Ele concluiu o Ensino Médio no ano passado, mas não tentou o vestibular por falta de alguns dos documentos exigidos no período de inscrição. Agora, ele toma essa oportunidade como uma nova chance. “Primeiro, quero aprimorar muito meus conhecimentos. As condições do ensino público são difíceis. Falta de professor ou desatenção dos alunos dificultam o aprendizado”, desabafa.

Renan acredita que, com o curso, irá aprender de verdade

Já Renan André, de 16 anos, está cursando o 3º ano agora. “O ensino da escola pública não é muito bom. Os alunos sem comprometimento só pioram. Aqui, espero que alguém me ensine de verdade”, enfatiza.

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