DE DIADORIM À DEODORINA DA FÉ: METÁFORAS DA RELIGIÃO EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS

Autores

  • Cristiano Santos Araujo Pontifica Universidade Catolica de Goias.

Palavras-chave:

Diadorim - Guimaraes Rosa - Paul Ricoeur

Resumo

Pretendemos neste artigo, em primeiro lugar, entender o pensamento religioso do autor e do narrador de Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa e Riobaldo, propondo uma nova abordagem do nome Diadorim/ Deodorina, reabrindo novas discussões sobre o foco de estudos metafísicos e religiosos na obra Rosiana.  Em segundo lugar, desejamos identificar no nome Diadorim/ Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins como personagem único e figural da co-existência do demo e de Deus na vida de Riobaldo. E por último, perceber que os múltiplos “Dês”: Deus, Demo e Diadorim, Deodorina da Fé são o percurso do ser-tão humano, homem humano ambíguo, divino e diabólico em Grande Sertão: Veredas.  Dentro da produção literária de João Guimarães Rosa, especificamente em Grande Sertão: Veredas, investigaremos a figura do ambíguo personagem Diadorim como um postulado metafísico-religioso, uma metáfora do santo (divino) e do profano (diabólico) para Riobaldo em suas memórias de morte e(m) vida. Baseamo-nos no conceito de Metáfora proposto pelo filósofo francês Paul Ricoeur. Além de autores da extensa fortuna crítica sobre Guimarães Rosa, tais como: Augusto de Campos, Eduardo F. Coutinho, Francis Utéza, Kathrin Holzertmayr Rosenfield, Heloisa Vilhena de Araújo, Paulo Rónai, Walnice Nogueira Galvão.

Data de submissão: 26-10-2014. Aprovado em: outubro de 2016.

doi: 10.20426/P.2178-8162.2016v7n14p139

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Biografia do Autor

  • Cristiano Santos Araujo, Pontifica Universidade Catolica de Goias.
    Programa de Pós Graduação em Ciencias da Religiao da Pontifica Universidade Catolica de Goias. E-mail: umcristiano@gmail.com.

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Publicado

2016-12-31

Como Citar

ARAUJO, Cristiano Santos. DE DIADORIM À DEODORINA DA FÉ: METÁFORAS DA RELIGIÃO EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS. PARALELLUS Revista de Estudos de Religião - UNICAP, Recife, PE, Brasil, v. 7, n. 14, p. 139–154, 2016. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/paralellus/article/view/408.. Acesso em: 17 maio. 2024.

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