O PROJETO CIVILIZADOR NORTE-AMERICANO PARA O HINTERLAND BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2023.v14n35.p635-649Palavras-chave:
Instituto Ponte Nova, História da Educação Protestante, BahiaResumo
Este artigo tem o objetivo de analisar a ação missionária presbiteriana norte-americana no interior do Brasil que possuía três eixos de ação: religião, educação e saúde. E a educação serviria de veículo para a implementação de sua proposta. O referencial teórico-metodológico está embasado nos conceitos de representação e práticas (CHARTIER, 1990), cultura escolar, (JULIA, 2001) e, civilização (ELIAS, 1994). A estação missionária planejada e fundada em 1906, por William Alfred Waddell, na cidade baiana de Wagner, pretendia dominar e civilizar seu entorno. Criado pela Missão Central do Brasil, em conformidade com os moldes educacionais presbiterianos norte-americanos, o Instituto Ponte Nova teve papel fundamental na formulação da política de ação daquela organização missionária. A instituição de ensino secundário rural tinha como objetivo formar professoras para suas escolas e homens que seriam evangelistas e futuros pastores de suas igrejas, transformando-os em agentes de uma nova proposta civilizatória. A escola oferecia uma educação integral, ou seja, a formação intelectual, moral e espiritual de homens e mulheres tementes a Deus, bem instruídos e disciplinados, amantes da liberdade. Além de cristãos verdadeiros, seriam cidadãos participantes da vida civil e política do seu país, construtores de uma sociedade democrática, moderna e progressista, semelhante à sociedade norte-americana. Durante cem anos – 1871 a 1971 – os missionários vinculados à Missão Central do Brasil, partindo da Bahia, organizaram igrejas, escolas e hospitais em sua área de jurisdição.
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