Olhares sobre os direitos das infâncias e juventudes a partir da cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul

Autores

  • Bárbara Birk de Mello Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Norberto Kuhn Junior Universidade Feevale
  • Margarete Fagundes Nunes Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.25247/hu.2022.v9n17.p22-40

Palavras-chave:

Conselho Tutelar., Direitos., Estatuto da Criança e do Adolescente., Infâncias.

Resumo

Este artigo tem como tema os direitos das infâncias e juventudes brasileiras no contexto da redemocratização e promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, o qual, dentre outras questões, aponta para a criação de um conselho tutelar em cada cidade do Brasil. Partimos das seguintes perguntas: como se deu o processo de criação do Conselho Tutelar de Novo Hamburgo no início dos anos 1990? E como este influenciou na busca pelos direitos infantojuvenis do município? Os objetivos são, abordar, brevemente, o ECA, analisar o processo de implementação do Conselho Tutelar de Novo Hamburgo e atentar para como esta instituição atuou para a garantia dos direitos infantojuvenis durante sua primeira gestão (1992-1995). Partimos de uma revisão narrativa da bibliografia acerca das temáticas aqui tratadas, da análise de entrevistas não-diretivas com conselheiras tutelares do período e da análise de ofícios e livros de atas do Conselho. Ao final do texto, apontamos para a importância da criação dos conselhos tutelares, espaços que se tornaram referência na proteção dos direitos infantojuvenis e que são a “ponta do atendimento” a estes sujeitos. Porém, o processo de instauração do Conselho de Novo Hamburgo foi cercado de tensões envolvendo prefeitura, entidades de atendimento infantojuvenil e comunidade. Até hoje são latentes as disputas em torno dos direitos das infâncias e juventudes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografias do Autor

  • Bárbara Birk de Mello, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutoranda em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com bolsa PROSUC/CAPES. Mestra em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale com bolsa PROSUC/CAPES. Graduada em História pela Universidade Feevale com mérito acadêmico no semestre de 2019/02.

  • Norberto Kuhn Junior, Universidade Feevale

    Doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos e professor do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e do Mestrado Profissional em Indústria Criativa da Universidade Feevale.

  • Margarete Fagundes Nunes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Mestra e doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisadora associada do BIEV/Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Referências

BEGÔNIA. Entrevista não diretiva com Begônia. Novo Hamburgo, 2021.

BRASIL. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,

Brasília, DF, 13 jul. 1990. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069Compilado.htm. Acesso em 8 abr. 2022.

CMDCA NH. Ata vinte e oito de novembro de 1991. Disponível no Arquivo dos Conselhos,

Novo Hamburgo, 1991.

CMDCA NH. Ata quinze de abril de 1992. Disponível no Arquivo dos Conselhos, Novo

Hamburgo, 1992.

CONSELHO TUTELAR. Ata reunião pública 2 de junho de 1992. Disponível no Arquivo

do Conselho Tutelar. Novo Hamburgo, 1992(a).

CONSELHO TUTELAR. Ata reunião pública 3 de agosto de 1992. Disponível no Arquivo

do Conselho Tutelar. Novo Hamburgo, 1992(b).

CONSELHO TUTELAR. Ata reunião pública 29 de abril de 1993. Disponível no Arquivo

do Conselho Tutelar. Novo Hamburgo, 1993(c).

CONSELHO TUTELAR. Carta de despedida 1995. Disponível no Arquivo do Conselho

Tutelar. Novo Hamburgo, 1995.

CONSELHO TUTELAR. Ofício de 30 de setembro de 1993. Disponível no Arquivo do

Conselho Tutelar. Novo Hamburgo, 1993(b).

CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Tempo imperfeito: uma etnografia do arquivo. MANA, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 287-322, 2004.

FUNDAÇÃO ABRINQ. Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente:

Apoio à execução de suas funções. São Paulo: Hawaii Gráfica, 2015. Disponível em

http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/abrinq/caderno_cmdca_apoio_a_execuc

ao_abrinq_2015.pdf. Acesso em 7 jun. 2021.

GÉRBERA. Entrevista não diretiva com Gérbera. Novo Hamburgo, 2021.

GUBER, Rosana. El salvaje metropolitano: Reconstrucción del conocimiento social en el

trabajo de Campo. Buenos Aires: Editorial Paidós SAICF, 2005.

HIBISCO. Entrevista não diretiva com Hibisco. Novo Hamburgo, 2021.

IBGE. Novo Hamburgo: população. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/novo-hamburgo/panorama. Acesso em 12 mar. 2022.

IBGE. População Brasileira Total (em mil pessoas): 1980 a 2010. Rio de Janeiro: IBGE,

Disponível em https://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/populacao-total-1980-

html. Acesso em 17 jun. 2021.

KANDEL, Liliane. Reflexões sobre o uso da entrevista, especialmente a não-diretiva e sobre as pesquisas de opinião. In: THIOLLENT, Michel. Crítica metodológica, investigação social e ênquete operária. São Paulo, Polis, 1981.

MACHADO, Martha de Toledo. A proteção constitucional de criança e adolescentes e os

direitos humanos. Barueri, SP: Manole, 2003.

MAIA PORTO, Paulo César. Sistema de Garantia de Direitos. Recife: Centro Dom Helder

Câmara de Estudos e Ação Social – CENDHEC, 1999.

MORAES, José Carlos Sturza. O lugar do Conselho Tutelar em nossa sociedade. In:

MASERA, Elisabeth dos Santos; MORAES, José Carlos Sturza. Conselhos Tutelares,

impasses e desafios: A experiencia de Porto Alegre. Porto Alegre: Dom Quixote, 2006.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso. O trabalho do antropólogo. São Paulo: Unesp, 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO. Lei municipal N° 130/90.

Disponível em https://sapl.camaranh.rs.gov.br/media/sapl/public/norma_juridica/3296/3296_texto_integral.

pdf. Acesso em 8 jun. 2021.

ROCHA, Ana Luiza Carvalho; ECKERT, Cornélia. Etnografia da duração: antropologia

das memórias coletivas em coleções etnográficas. Porto Alegre: Marcavisual, 2013.

SALUM, Maria José Gontijo. A efetivação do ECA: uma política com a participação de

vários parceiros. In: CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Estatuto da Criança e do

Adolescente: refletindo sobre sujeitos, direitos e responsabilidades. Brasília, DF: Conselho

Federal de Psicologia, 2016.

SCHEINVAR, Estela; LEMOS, Flávia Cristina Silveira; NASCIMENTO, Maria Lívia.

Arquivos da dissidência: os corpos fugidios de crianças e jovens. Psicol. da Ed., São Paulo,

, p. 159-172, jan. 2008. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psie/n26/v26a09.pdf. Acesso em 2 abr. 2022.

SCHEINVAR, Estela; LEMOS, Flávia Cristina Silveira; NASCIMENTO, Maria Lívia. Uma

análise do acontecimento: “crianças e jovens em risco”. Revista Psicologia e Sociedade,

Minas Gerais, vol. 26, n.1, p.158-164, 2014. Disponível em

https://www.scielo.br/pdf/psoc/v26n1/17.pdf. Acesso em 10 abr. 2022.

SCHNEIDER, Sérgio. O mercado de trabalho da indústria coureiro-calçadista do Rio Grande

do Sul. In: COSTA, Achyles Barcelos da; PASSOS, Maria Cristina. A indústria calçadista

no Rio Grande do Sul. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2004.

SCHUCH, Patrice. Práticas de justiça: antropologia dos modos de governo da infância e

juventude no contexto pós-ECA. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

SÊDA, Edson. A criança, o índio, a cidadania, Estatuto da Criança e do Adolescente

Comentado para Cidadãos das Comunidades Urbanas, Rurais e Indígenas. Rio de

Janeiro: Adês, 2007.

TINOCO, Stelamaris Glück. A história de escutadores(as) de Gente. In: MORAES, José

Carlos de; MASERA, Elizabeth dos Santos. (Orgs.). Conselhos Tutelares, impasses e

desafios: A experiência de Porto Alegre. Porto Alegre: Dom Quixote, 2006.

WENDLING, Paulo. Entrevista com Paulo. Novo Hamburgo: 2019.

Publicado

2022-11-30

Como Citar

MELLO, Bárbara Birk de; KUHN JUNIOR, Norberto; NUNES, Margarete Fagundes. Olhares sobre os direitos das infâncias e juventudes a partir da cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. HISTÓRIA UNICAP , Recife, PE, Brasil, v. 9, n. 17, p. 22–40, 2022. DOI: 10.25247/hu.2022.v9n17.p22-40. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/historia/article/view/2115.. Acesso em: 22 nov. 2024.

Artigos Similares

1-10 de 179

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.