O campo intelectual no Brasil nas décadas de 1960 e 1970: a “estrutura cultural conservadora”, as universidades e as esquerdas

Autores

  • Diogo Cunha Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

DOI:

https://doi.org/10.25247/hu.2016.v3n5.p100-120

Palavras-chave:

Campo intelectual. Ditadura militar. Intelectuais. Esquerdas.

Resumo

O objetivo desse artigo é identificar os atores, individuais e institucionais, do campo intelectual no Brasil, e analisar o seu processo de autonomização nas décadas de 1960 e 1970. Para isso, dividimos o texto em três partes. Analisaremos, inicialmente, o intelectual tradicional e as instituições culturais a eles ligadas. Em seguida, examinaremos os artistas de esquerda e a ascensão de uma cultura de esquerda engajada cujo apogeu se situa durante a ditadura militar. Finalmente, veremos as transformações no âmbito das universidades federais e o surgimento de um novo tipo de intelectual, o professor pesquisador. As análises mostraram, em primeiro lugar, a necessidade de ir além de uma concepção bourdieusiana para melhor compreender a ação dos distintos atores do campo intelectual, privilegiando abordagens que deem conta da formação de redes intelectuais. Mostraram também que cada setor da intelectualidade estudado neste artigo manteve uma relação distinta com o poder. Grande parte dos artistas de esquerda, assim como os professores pesquisadores mantiveram uma autonomia com relação ao poder, embora para estes últimos a relação tenha sido mais complexa uma vez que sua emergência está estritamente ligada à política universitária da ditadura militar. Finalmente, os intelectuais tradicionais, embora em franca perda de prestígio e de legitimidade, ainda detinham um poder importante, menos por causa de critérios propriamente intelectuais do que pela seu acesso aos meios de comunicação e aos postos estratégicos do Estado.

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Biografia do Autor

  • Diogo Cunha, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
    Doutor em História pela Universidade Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e pós-doutorando PNPD-CAPES em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É membro do Grupo de Estudos sobre o Poder Judiciário, Política e Sociedade (PRAETOR-UFPE).

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Publicado

2016-11-02

Como Citar

CUNHA, Diogo. O campo intelectual no Brasil nas décadas de 1960 e 1970: a “estrutura cultural conservadora”, as universidades e as esquerdas. HISTÓRIA UNICAP , Recife, PE, Brasil, v. 3, n. 5, p. 100–120, 2016. DOI: 10.25247/hu.2016.v3n5.p100-120. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/historia/article/view/833.. Acesso em: 25 nov. 2024.

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