“MEUS MISSIONÁRIOS EM UM CAMPO ESTRANGEIRO”: ESTRATÉGIAS PARA O ESTABELECIMENTO DO PROTESTANTISMO EM TERRITÓRIO BRASILEIRO OITOCENTISTA (1855-1889)
Palavras-chave:
Protestantismo, Conflitos, EducaçãoResumo
A era moderna, que surge com a reforma, vai emergir se opondo ao sistema hierárquico que existia no século XVI, sistema este que colocava uma figura humana como mediadora entre Deus e o homem comum. Com o nascimento do protestantismo, divisão do cristianismo que ali desabrochou, a crença na livre expressão, na cultura (lê-se: tolerância), na economia e na política (democracia), vai efervescer o coração dos novos devotos, ao passo que o catolicismo seguiu na contramão, apoiando-se na cristandade e na monarquia. No Brasil da segunda metade do século XIX, a primeira iniciativa missionária aconteceu por intermédio do Dr. Robert Reid Kalley, que após enfrentar perseguições e sair fugido da Ilha da Madeira, possessão portuguesa, se estabelece em terras brasileiras para dar início aos seus trabalhos. O missionário, acompanhado pelo movimento protestante como um todo, vai se fortalecer de estratégias já utilizadas na Europa e Caribe, como a distribuição de bíblias para a população não letrada, por exemplo, enfrentando assim o Estado – visto que a religião oficial do império era o catolicismo apostólico romano –, a própria Igreja Católica e seus fiéis enfurecidos com a chegada daquela onda protestante tão ameaçadora. A tese central deste trabalho é buscar entender como se deu a inserção do protestantismo em solo brasileiro, principalmente em Pernambuco, através das suas estratégias e conflitos em busca da Ordem Social, partindo do porte teórico abordado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu acerca do conceito de habitus e campo, analisando também estudos de Michel Foucault sobre Relações de Poder.
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