O PROCESSO DE TRANSMUTAÇÃO ENTRE AS RELIGIÕES MUNDIAIS E AS RELIGIÕES BRASILEIRAS
Rafael Vilaça Epifani Costa
Doutor e Mestre em Ciências da Religião e Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Graduado em Teologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
De acordo com Christopher Partridge (2006, p. 14), as religiões nunca são estáticas, uma vez que, em maior ou menor escala, se encontram em permanente processo de evolução. Os títulos em questão buscam transparecer este fato, destacando o termo “Transmutação”. O verbo Transmutar significa “Fazer com que fique diferente; ir de um lugar para outro; mudar de uma circunstância para outra; transformar ou transformar-se”. Logo, a “Transmutação entre as Religiões” aqui é entendida como o processo onde uma tradição religiosa muda ao longo do tempo, transformando-se em uma nova religião, que por sua vez, dá origem a um novo grupo. O intuito destes dois quadros é mostrar como as Religiões, seus grupos internos e as correntes de pensamento religiosas (ou ateias), se originaram, evoluíram e se reorganizaram ao longo da História.
O primeiro quadro é formado pelas Religiões Mundiais. Nele, parte-se de dois fenômenos que marcam o início do fenômeno religioso: os Sepultamentos Primitivos e as Pinturas Pré-históricas em Cavernas. Juntamente com o surgimento da Agricultura, o Animismo dá origem às religiões organizadas, que se desenvolvem pelo gráfico a partir desse sistema primordial de crenças. Já o quadro sobre as Religiões Brasileiras, parte de dois momentos. O primeiro é desenvolvido a partir da tríade Sepultamentos Primitivos, Pinturas Pré-históricas e Animismo, para explicar o surgimento das Religiões Afro-Indígenas. E o segundo, com a chegada da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) no Brasil, que direciona o desenvolvimento de outras religiões e grupos religiosos estabelecidos no país. As cores apresentadas apenas têm a função de destacar os grupos uns dos outros, de modo que o principal a ser observado são as setas que direcionam os caminhos percorridos por cada um. Cabe ressaltar que muitas delas apontam não apenas a origem de determinado grupo, mas também elementos de outras religiões que o constitui (ex.: Judaísmo Primitivo, originado da religião dos povos hebreu e cananeu, e constituído de elementos do Culto Egípcio e do Zoroastrismo).
Tais quadros não pretendem apresentar uma estimativa numérica sobre as Religiões Mundiais e Religiões Brasileiras, mas apontar de onde elas vêm, para onde vão, e como se organizam dentro dos ramos em que estão inseridas. Dessa forma, trata-se de uma pequena amostra, considerando-se a quantidade de grupos que não foram abordados. À primeira vista, os gráficos parecem confusos, mas a ideia é justamente estimular o leitor a desembaralhar esse espectro de cores para melhor compreender a diversidade existente entre as tradições religiosas, ao mesmo tempo em que, dentro desse complexo quadro, também se revelam as suas proximidades.
Referência: PARTRIDGE, Christopher (Org.). Enciclopédia das Novas Religiões. Lisboa: Verbo, 2006.
Ampliando os Quadros:
The World Religions Tree
The Evolutionary Tree of Religion
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