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Último dia da Semana do Estudante de Biologia discute desenvolvimento sustentável

Com a contribuição de Fernanda Guerra

O último dia da Semana dos Estudantes de Biologia, promovida por alunos do curso da Universidade Católica de Pernambuco com o apoio das Coordenaçõess de Ciências Biológicas e de Graduação da instituição, levou novas palestras aos estudantes, ministradas pelo mestrando em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Allan Jonathan, a professora do curso de Engenharia Física Maria da Graça Ferreira e do professor Sérgio Mendonça, ambos da Católica.

“O evento foi inovador por ter sido organizado pelos estudantes de Ciências Biológicas e ter integrado a comunidade acadêmica da Católica com outras instituições de ensino. A escolha do elenco foi um ponto positivo, por intercalar ex-alunos do curso, já formados e que estão crescendo profissionalmente, com atuais docentes da área”, afirma a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, Gorete Santana.

Formado no curso de Biologia da Católica no ano passado, o mestrando Allan Jonathan abriu a série de palestras do dia com o tema Botânica Aplicada a Farmacologia: Estudos das Plantas Medicinais. A apresentação consistiu na história das plantas medicinais e nos exemplos das mais utilizadas aqui no Recife, como erva-cidreira, babosa e colônia. Allan centrou a abordagem na última planta mencionada, ilustrando as atividades antimicrobianas e citotóxico. “O evento foi importante por mostrar áreas diferentes e abrir novos horizontes aos estudantes. Participar dele foi uma experiência maravilhosa”, ressaltou. 

Os participantes do ciclo de palestras foram conscientizados acerca da necessidade do uso controlado dos recursos naturais. A professora da Católica,  Maria da Graça, que é doutora em solos, discorreu sobre o desenvolvimento sustentável. Ela usou matemática para demonstrar que o aumento populacional reduz quantidade de água disponível para o uso. Assim como as obras da construção civil.

Maria da Graça diz que a água existente no mundo sempre foi a mesma, mas parte desse líquido entra na formação dos corpos dos seres vivos, estando portanto, indisponível temporariamente para o consumo. Algo semelhante acontece com  o concreto das construções que, segundo a professora, contém  a substância água na sua composição, que só poderá ser utilizada após a degradação desse concreto. A docente aponta a verticalização das cidades como um dos perigos do desenvolvimento. Os prédios criam ilhas de calor, além de concentrar, às vezes,  mais de 70 famílias numa área onde inicialmente viviam dez pessoas. Isso sobrecarrega a rede de esgotos e o sistema de trânsito, gerando um caos na cidade.

Numa palestra voltada aos estudantes de biologia, a professora frisou a importância de se debater um projeto como o da Usina Hidrelétrica de Belmonte, em discussão na mídia atualmente, que vai ampliar a produção energética do país,  mas também trará impactos ambientais e sociais. Segundo Maria da Graça a responsabilidade sobre os recursos do planeta não é só do governo, mas também de cada indivíduo. Ela alerta que não é possível sustentar o atual padrão de consumo por muito tempo.

 A classificação dos seres vivos foi o tema da última palestra de Semana dos Estudantes de Biologia. O professor Sérgio Mendonça  explicou aos estudantes os processos utilizados para diferenciar as formas de vida nos mais variados grupos. Ele fez referência ao texto bíblico, no trecho em que Adão dava nomes aos animais, mostrando que mesmo nos relatos de criação do mundo  a preocupação em agrupar os seres já se fazia presente.

A apresentação tratou de figuras como Lineu, Haeckel e Lamarck, cujos trabalhos ajudaram a propor ainda que de forma rudimentar, fundamentos para inserir os animais e plantas em grupos como espécies e famílias. Um ponto interessante frisado por Mendonça  é que Lineu criou o primeiro modelo de classificação, mas morreu antes do nascimento de Darwin, autor de “A origem das espécies” livro onde é apresentada a ideia de que os seres vivos derivam de ramos assemelhados e que se diferenciam a partir do processo de evolução .

Além de biólogo, Sérgio Mendonça é Diácono jesuíta, e será ordenado Padre ainda este ano. Questionado sobre o fato de ser um cientista e religioso ao mesmo tempo ele responde: “Não tenho conflitos. A questão é não tomar a religião como ciência e a ciência como religião”.

A estudante Priscilla Andrade, que participou da comissão organizadora da Semana dos Estudantes de Biologia,  julga o evento como “um momento proveitoso, que excedeu as expectativas.” Ela pretende repetir o trabalho no Simcbio, que acontece no segundo semestre, e manter a regularidade de dois grandes eventos do curso de biologia no ano.

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