Semana Teológica discute laicato, leigos e missão integral

A tarde desta quinta-feira (10) da XXIII Semana Teológica da Unicap movimentou o campus com a realização de duas oficinas e uma mesa temática que abordaram, entre outras questões, o laicato, o papel dos leigos e os desafios da missão integral. Além de pesquisadores, participaram das atividades alunos dos cursos de Teologia da Universidade, incluindo os mestrandos e graduandos.

Na oficina intitulada Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade, o Padre Josenildo Tavares falou sobre a importância da mudança de mentalidade quanto ao papel dos leigos na evangelização. Para ele, o contexto da globalização exige ainda transformações estruturais e um novo jeito de conceber a Igreja.

“A Igreja é chamada a ser comunidade de discípulos de Jesus Cristo; Escola de vivência cristã onde o projeto do Reino encontra os meios de sua realização e um sinal de contradição para o que não condiz com o plano de Deus; Organização comunitária; Comunidade inserida no mundo; Povo de Deus com os sinais do Reino no mundo; Comunidade que se abre permanentemente para as urgências do mundo; Comunidade de ajuda e serviço mútuo; Igreja em Saída, de portas abertas para a missão”, elencou Padre Josenildo que é o coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Esse contexto de transformações culturais também foi um dos motes de discussão da oficina As novas identidades do Laicato, ministrada pelo Prof. Dr. Sérgio Sezino Douets. Ele abordou as novas subjetividades a partir desses “novos horizontes culturais”. Sezino explicou a diferenciação entre religião e religiosidade. Ainda de acordo com ele, a cultura contemporânea tem ênfase no indivíduo que configura a sua própria religiosidade independentemente das instituições. “A religiosidade está indo de vento em popa. A crise está nas religiões. O próprio indivíduo escolhe as formas de viver a fé”.

Essa conexão com o indivíduo foi o ponto de partida da mesa temática que encerrou a programação da tarde no auditório Padre Antônio Vieira (G2). Intitulada Missão Integral: desafios e perspectivas, a mesa reuniu dois pastores da Igreja Batista da Capunga e mestrandos em Teologia pela Unicap, André Guímel Carvalho e Márcio Gonçalves Campos. A mediação foi da Prof.ª Drª Alzirinha Rocha.

Para André, o campo missionário vai além da evangelização, é preciso estabelecer uma relação com a cultura daquela comunidade. “A integralidade da missão, ela vem no olhar de que a gente precisa perceber o povo que vai receber a Palavra de Deus como um povo que também tem fome, que tem sede e frio, que precisa dos cuidados básicos. A Teologia da Missão Integral se levanta nessa dinâmica, de perceber a totalidade da vida humana”.

Essa integralidade passa também pela comunicação. É o que defende o pastor Márcio. O objeto de pesquisa de sua dissertação investiga o ciberespaço na evangelização dos jovens. Para ele, a comunicação é um dos principais desafios da Missão Integral.

“A identificação é que permite que um se veja no outro e isso abre um espaço para que haja uma melhor comunicação. Na área da comunicação há o emissor, o receptor e o código. É justamente no código que percebemos que estamos falhando. Em algum momento estamos transmitindo uma mensagem que não está sendo decodificada por este receptor, ou seja, o leigo, o marginalizado, a prostituta. Pessoas que precisam ser alcançadas de forma integral”.