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Salett Tauk lança nesta quarta-feira o livro Comunicação para o Desenvolvimento – Redes de Memória

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A jornalista, ex-aluna e ex-professora de comunicação da Universidade Católica de Pernambuco, Maria Salett Tauk Santos, lança, nesta quarta-feira, dia 13, às 19h, na sala Calouste Gulbenkian, da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte, seu mais novo livro “Comunicação para o Desenvolvimento – Redes de Memória”.

O livro é voltado para um público mais amplo, interessado em comunicação, culturas populares e desenvolvimento local. Fruto de uma carreira sólida, da autora, com 40 anos de uma trajetória marcada por estudos voltados para a Comunicação Rural, Estudos Culturais, Consumo, Inclusão Digital e Social, Comunicação Comunitária, dentre outros temas e pesquisas desenvolvidos na perspectiva da Teoria da Extensão.

A obra procura mostrar a origem e manutenção do compromisso da autora com as culturas populares. “Montei um memorial em rede com informações do passado que se comunicam e dialogam com o presente e vice-versa. A ideia é mostrar, através da minha trajetória pessoal e acadêmica, a origem e manutenção do meu compromisso com as culturas populares”, explica Tauk Santos.

Atualmente, Salett Tauk Santos é professora titular da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local (Posmex).

Em reportagem publicada no dia 1º de abril, no site da UFRPE, a autora apresenta sua mais nova obra. Acompanhe o texto abaixo.

Segundo Salett, a obra entrelaça todas essas ideias que compõem o vasto campo da Extensão para o Desenvolvimento. “Montei um memorial em rede com informações do passado que se comunicam e dialogam com o presente e vice-versa. A ideia é mostrar, através da minha trajetória pessoal e acadêmica, a origem e manutenção do meu compromisso com as culturas populares”, diz.

Nas primeiras páginas, a professora torna o Rio Capibaribe figura central da sua obra, descrevendo como, desde cedo, o rio marcou a sua vida e a fez vivenciar os problemas, a dor e as dificuldades daqueles que faziam dele seu meio de vida e morada. Ao falar sobre as suas experiências, Salett constrói a sua percepção do rio, seus moradores, os mocambos, a exclusão social e a solidariedade. Todos esses elementos que a levaram a trabalhar com as culturas populares no âmbito acadêmico.

O livro está dividido em nove capítulos ou como a autora os denomina “laços”. No primeiro laço, Salett escreve sobre as influências culturais híbridas na sua família, na comunidade e na escola. Filha de um imigrante libanês e de uma filha de senhor de engenho, ela morou na Avenida Beira Rio, desde os anos 1950. Foi lá que viu seus vizinhos, os moradores dos mocambos e o povo da beira da maré, tirar do Capibaribe o seu sustento e vender sua força de trabalho em serviços domésticos e pequenos biscates na redondeza. “A descoberta da miséria do outro desde a infância fez despertar em mim um sentimento e uma compreensão de que o mundo e as coisas sempre podem mudar e que a mudança, em uma certa medida, depende da forma como a gente se coloca na face do mundo e dentro dele”, diz Salett.

No segundo laço, a professora conta sobre a sua formação em jornalismo e a paixão pela imprensa alternativa, na época da ditadura. “No cenário dos anos 1970, em que a censura amordaçava a imprensa, a ousadia, a resistência e a coragem de enfrentar o autoritarismo e a tirania do regime militar dos jornais alternativos foram fundamentais para manter aceso o debate sobre a política, a cultura, o desenvolvimento e a luta pela democratização do Brasil”, lembra. Nesse capítulo, a autora também trata sobre os seus primeiros passos no magistério, como professora nos cursos de Jornalismo e Relações Públicas, na Unicap, onde deu aula até 1989, quando passou ao regime docente com dedicação exclusiva na UFRPE.

No terceiro e quarto laços, Salett trata sobre sua formação de mestre e de doutora, respectivamente. A primeira marcada pela conexão com a comunicação para o desenvolvimento e o ensino. A segunda pelos estudos culturais e a consolidação do compromisso com as culturas populares. “Creio que a minha pesquisa trouxe uma contribuição às teorias da comunicação rural e da participação popular, pois, além de incorporar novos olhares dos estudos culturais nas abordagens da pesquisa de recepção e consumo, colocou em xeque a crença de que a comunicação participativa, por si só, seria capaz de produzir mudanças sociais para o desenvolvimento dos contextos populares rurais”, comenta.

EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS – A retomada das atividades acadêmicas na graduação e no mestrado em Administração Rural e Comunicação Rural retratam o momento vivido por Salett no quinto laço. Já o sexto capítulo é voltado para as experiências internacionais, na década de 1990. Uma delas referente à sua atuação nos colóquios científicos bilaterais promovidos pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e a Societé Française de Sciences de l´Information et Comunication (SFSIC). Outra importante oportunidade foi o Programa de Associativismo para o Ensino, Pesquisa e Extensão (Pape), resultado do convênio entre o Departamento de Educação da UFRPE e o Instituto de Pesquisa e Ensino para as Cooperativas (IRECUS) da Universidade de Sherbrooke, no Canadá. Além disso, ela retoma sua participação – no papel de coordenadora do Pape – em uma missão científica e administrativa no Québec, fruto do acordo Irecus / Pape / UFRPE. “Foram muitos anos de intercâmbio, congregando conhecimentos de universidades de diversos países”, recorda.

No sétimo laço, Salett fala sobre o seu percurso à frente do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – Posmex, aprovado pela Capes em 2004. A esse respeito, ela comenta: “Munida de uma certa ousadia, que a maturidade acadêmica confere, fiz das minhas atividades no Posmex um campo de experiências teórico-metodológicas, na intenção de atualizar sempre o velho objeto da comunicação para o desenvolvimento, via Extensão/Comunicação Rural”.

No oitavo e novo laços, a professora escreve sobre as conexões com instituições científicas, coordenação de eventos, avaliação de prêmios e homenagens, bem como suas atividades na área de gestão na universidade pública. Salett finaliza seu memorial destacando o desafio contemporâneo que se coloca à comunicação para o desenvolvimento no sentido de construir com as populações de contextos populares estratégias capazes de mobilizar agricultores familiares, agropecuaristas, agroextrativistas, agroflorestais, artesãos, homens, mulheres, negros, índios, jovens, quilombolas, para construírem uma ação política permanente capaz de garantir a organização civil e promover a inclusão social em todos os níveis.

http://www.ufrpe.br/br/content/docente-da-ufrpe-lan%C3%A7a-livro-comunica%C3%A7%C3%A3o-para-o-desenvolvimento-local-redes-de-mem%C3%B3ria

 

Serviço:
Lançamento – Comunicação para o Desenvolvimento: Redes de Memória
Autora: Professora Salett Tauk Santos (UFRPE)
Onde: Fundação Joaquim Nabuco – Sala Calouste Gulbekian
Endereço: Av. 17 de Agosto, 2187, Casa Forte
Quando: Quarta-feira, 13 de abril de 2016
Horário: 19h

 

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