Boletim Unicap

Pós-graduação em Ciências da Linguagem realiza seminário com coordenador da Capes

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Fotos: Gustavo Gloria

Os conceitos fundamentais relacionados à Fonética, à Fonologia e à Sociolinguística Variacionista foram apresentados em um seminário realizado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Unicap na tarde desta quinta-feira (13). O público era formado por alunos do mestrado e do doutorado.

O professor da Universidade Federal da Paraíba, Dermeval da Hora, foi o palestrante. De maneira descontraída, ele começou a aula interagindo com os alunos, perguntando como cada um pronunciava a palavra ‘Alagoas’.

A brincadeira era na verdade uma situação provocativa que serviu para ilustrar como a Fonologia era representada entre falantes de diferentes regiões do Brasil. No grupo havia, além de pernambucanos, paraenses e baianos.

“Geralmente, as pessoas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará pronunciam ‘Alagoash‘. Esse ‘chiado’ é o que chamamos de consoantes palatais ou palatização. Já o pessoal da Paraíba e das próprias Alagoas, falam ‘Alagoaz‘. A Fonologia é uma área importante para quem estuda linguagem para entender o processo de aquisição da língua. É o caso dos neurologistas”, explicou Dermeval.

_MG_3945Ele também esclareceu as principais diferenças entre a Fonologia e a Fonética. A primeira está relacionada à língua e a outra, à fala. De acordo com o pesquisador, Fonética é o estudo da produção, percepção e da propagação dos sons. Cada um desses itens está ligado à articulação, acústica e audição, respectivamente. Ainda segundo Dermeval, a Fonologia é a representação mental do som, como isso está representado no cérebro.

Sobre o conceito de Sociolinguística Variacionista, o professor detalhou que este aspecto está muito ligado às particularidades de cada comunidade ou grupo. “Variação é a possibilidade de dizer a mesma coisa de forma diferente, por exemplo: ‘Rêcife’, ‘Récife’ e ‘Ricife’ “.

Ele também mencionou o conceito de mudança do ponto de vista fonético, que é quando se acaba com a variação e se adota uma única forma. “Toda mudança resulta de uma variação, mas nem toda variação ocasiona mudança”.

Trajetória acadêmica – O professor Dermeval da Hora possui graduação em Letras pela Universidade Federal da Bahia (1976), mestrado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1983) e doutorado em Lingüística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1990). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Livre de Amsterdam pela segunda vez ao longo do ano de 2010. Atualmente é professor da Universidade Federal da Paraíba.

Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: fonologia e sociolinguistica variacionista. Atualmente, como bolsista de Produtividade do CNPq 1B, desenvolve o Projeto “Variação Linguística no Estado da Paraíba – fase III: variação, estilo, atitude e percepção”.

Foi presidente da Associação Brasileira de Lingüística (Abralin) no período de 31 de agosto de 2007 a 31 de agosto de 2009. Desde julho de 2007, é delegado da Associação de Lingüística e Filologia da América Latina (ALFAL) no Brasil. Nessa Associação, é vice-coordenador do Projeto 19 – Fonologia: teoria e análise. É Coordenador da Área de Letras e Linguística da Capes (período 2011-2014).

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