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“Por que a democracia como princípio?” é tema de aula pública do curso de Serviço Social

O curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pernambuco realizou na noite do dia 18 de outubro, no Auditório Dom Helder Camara, térreo do bloco A, aula pública com o tema “Por que a democracia como princípio?”. Participaram da aula o coordenador da Especialização em Ciência Política da Católica, professor José Afonso Chaves e o o coordenador da Cátedra Unesco/Unicap Dom Helder Camara de Direitos Humanos, professor Manoel Moraes.

O evento, organizado pela coordenadora do curso de Serviço Social, professora Sandra Lima, foi aberto ao público. Segundo a professora Sandra Lima, o que motivou para realizar o evento foi a importância que tem esse momento político no País. “Eu acho que nós, enquanto categoria de Serviço Social, enquanto cidadão, enquanto professor, enquanto estudante, a gente tem uma participação nesse processo, a gente deve se colocar como uma possibilidade de trazer essa reflexão. Uma reflexão que não se restringe a uma eleição e um voto aqui ou um voto ali, se coloca como dois projetos de sociedade que estão em jogo, é assim que a gente vê. Então, a gente achou importante fazer essa associação com o pessoal de Ciência Política, trazer para o debate, fazer a discussão, para as pessoas alcançarem a dimensão do que significa um voto, principalmente nesse momento. Esse momento que é um marco histórico para o nosso País. O curso de Serviço Social se coloca com um agente que quer contribuir com esse processo, colocando realmente como processo de trocar ideia, discutir, debater e entender o que significa o atual momento”, explicou professora Sandra Lima.

Coordenador da Cátedra Unesco/Unicap Dom Helder Camara de Direitos Humanos, professor Manoel Moraes

Para a Organização das Nações Humanas – ONU, nós temos tratados de Direitos Humanos com pactos de Direitos Civis e Políticos, a própria Declaração Universal de Direitos Humanos, que faz 70 anos agora, em que a demoicracia é um Direito Universal. para a ONU a luta por democracia é algo que tem que ser preservado pelos mecanismos internacionais, inclusive no âmbito da Organização dos Estados Americanos – OEA, nós temos uma carta pela democracia, que são compromissos dos estados, em nível do Continente Americano. Então, seja do ponto de vista internacional, em nível da OEA, seja em nível da ONU, os dois mecanismos internacional e regional, como a gente costuma dizer tecnicamente, a luta por Direitos Humanos passa pela democracia. Democracia é oxigênio que faz com que haja divergência, haja posições diferentes, haja diversidade, porque a diversidade alimenta a alma. Ninguém pode crescer de uma forma monocolor, a divergência, como dizia Dom Helder Camara, faz crescer a consciência das pessoas a cerca das coisas. Então, negar a diferença é uma forma autoritária, nivelar as pessoas, querer uniformizar as pessoas e a pior das violências que podemos ter. Esse não é o legado da nossa Constituição, que faz 30 anos esse ano, nem é o legado de Dom Helder, nem é o legado internacional dos tratados e convenções que o Brasil faz parte. Debatemos, nessa noite, é exatamente a ideia da democracia como princípio fundamental para uma sociedade mais justa e fraterna.

Coordenador da Especialização em Ciência Política da Católica, professor José Afonso Chaves

A importância desse evento é que nós estamos em um cenário de risco a permanência à democracia, porque foi-se construindo um movimento de criminalização da política, na sociedade brasileira, que já vem de anos. Infelizmente, essa dinâmica resultou numa candidatura que é negadora da democracia. Então, é um cenário muito desafiador e nós precisamos cada vez mais enfatizar a importância da política se dar dentro de um ambiente democrático, porque num ambiente democrático é possível se apresentar projetos políticos e sociais com possibilidades de disputa de clareza. A gente sabe que a democracia, entre nós, sempre foi um verdadeiro desafio, por conta da nossa trajetória muito mais alinhada ao autoritarismo, a violência. Então, é preciso, nesse momento, se decidir pela democracia. Nós temos dois projetos claríssimos, um que com todas as limitações joga o jogo democrático e outro que quer se afirmar para subverter a ordem democrática. Isso é muito perigoso, porque essa conversa, por exemplo, que estamos tendo aqui ela fica ameaçada, em um cenário como esse em concretização por se tolher as liberdades e os direitos civis. Precisamos apostar na democracia como a dinâmica efetiva do jogo político, daí a importância de se debater, de se discutir e de se demonstrar a necessidade de, nesse momento, fazer uma opção clara pelo projeto que quer continuar jogando o jogo democrático. Eu sou cientista político e dificilmente, se estivéssemos em um jogo da normalidade democrática, eu estaria de maneira tão aberta pedindo que se faça a opção pela candidatura Haddad, que é a candidatura do jogo democrático. A outra candidatura representa a negação da democracia e isso nós não podemos aceitar,  estamos todos em perigo, se de fato esse projeto vencer.

 

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