Psicologia promove mesa-redonda sobre os diversos olhares na atenção psicológica
|Com o intuito de trazer um debate para além da ideia de abordagens em Psicologia e de integrar o conhecimento produzido pelas pesquisas dos alunos e ex-alunos, o curso de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco promoveu, na noite da quarta-feira (29), no anfiteatro do G4, a mesa- redonda “Os diversos olhares na atenção psicológica: Formas de cuidar”.
“Primeiro é um trabalho que a Coordenação da Graduação tem feito de integrar a graduação com o programa da pós. Essa mesa foi composta de doutores e mestres que fizeram o doutorado conosco. A ideia dessa mesa foi de apresentar aos alunos as diversas possibilidades que a psicologia tem na prática profissional. Por herança, havia uma ideia de que a psicologia trabalhava em consultório, em casos individuais e, muito intencionalmente, nós escolhemos temas que mostram o trabalho do psicólogo na rua, em instituição de abrigo de criança abandonada, com agentes de segurança pública, com famílias. Então, o objetivo é de apresentar a diversidade de práticas e as diferentes formas de cuidar no campo da psicologia”, destacou a coordenadora do curso de Psicologia e anfitriã da noite, Ana Lúcia Francisco.
Diversos palestrantes participaram do evento. Dentre eles, Bruno Carvalho, mestre em psicologia pela UFPE e doutorando no Programa de Psicologia Clínica da Unicap, que trouxe uma visão de como a psicologia se posiciona no cenário político nacional. “Historicamente, a psicologia surge para tratar apenas de problemas. Era o psicólogo para atender as crianças com déficit de aprendizagem ou o funcionário que não está feliz com ela, por exemplo. A minha fala é para mostrar que a gente não age só nisso e que, antes de tudo, precisamos ter um comprometimento na nossa prática”, disse Bruno.
Bruno atua no campo de gênero e sexualidade e isso também foi abordado na mesa-redonda. “Trouxe algumas narrativas de pessoas relatando situações de encontro com psicólogos: uma mulher transexual narra uma sessão terapêutica onde a profissional da psicologia diz que ela tem uma voz grossa, que ela senta de perna aberta e que isso não é atitude de uma mulher. Ora, uma profissional não pode impor o que é ser uma mulher. Minha fala é justamente para problematizar isso. Trazer a discussão para mostrar que precisamos repensar o currículo dos cursos de Psicologia e trazer esse debate mais além.”
Também palestraram a Dra. Danielle Siqueira, Dr Wellington Lira, Msc. Mariana Paz, Elaine Lima (Mestranda) e Catarina Dias (Doutoranda).