Geneton Moraes Neto apresenta o documentário “Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças” na Católica
|O jornalista e ex-aluno do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco Geneton Moraes Neto apresentou, na noite de sexta-feira (19), no auditório G1 da Universidade Católica de Pernambuco, o documentário Garrafas ao mar: a víbora manda lembranças, obra dirigida por ele e primeira produzida pelo canal Globo News. A produção reúne entrevistas gravadas por Geneton com um dos maiores jornalistas brasileiros, Joel Silveira.
Geneton Moraes, “A coisa investigativa” – apelido dado a ele pelo seu amigo Joel Silveira -, tem como uma de suas características a maneira enfática de conduzir as entrevistas. Com mais de 40 anos de profissão, ele iniciou o encontro de sexta-feira com uma conversa bem-humorada. O jornalista, que se formou no segundo semestre de 1977, falou sobre o período em que estudou na Unicap e como se desenvolveu sua trajetória profissional e a história do documentário lançado neste mês. “Eu comecei a escrever com 13 anos, quando redigia para o suplemento infantil do Diario de Pernambuco. De lá para cá, tive a oportunidade de conviver com grandes profissionais que me ajudaram a desenvolver meu trabalho ”, falou ele, lembrando da presença marcante que Joel Silveira teve na sua vida.“Eu tive a chance de ouro de conviver com aquele que é o maior repórter brasileiro. Joel cobriu, dentre outros acontecimentos, a Segunda Guerra Mundial e possui frases épicas no jornalismo”.
O professor Alexandre Figueiroa falou sobre a importância do encontro. “Ele trouxe elementos de orientação importantes aos estudantes para a prática profissional. O corpo docente da Unicap é composto por nomes de destaque no mercado, mas parece que os estudantes só escutam quando vem alguém de fora. É preciso que esses novos jornalistas invistam em leitura e que tenham uma boa cultura geral. Quando nós falamos em sala de aula, parece que entra por um ouvido e sai pelo outro”, comentou Alexandre, que foi o idealizador do evento. Geneton falou também sobre o que faz um bom profissional. “Os melhores nessa área são os que investem em si mesmos. Não fiquem esperando pelo professor ou editor. A iniciativa tem que sair de vocês, estagiários ou repórteres. Não fiquem aguardando, vá e faça!”, sentenciou o jornalista.
O documentário de pouco mais de 90 minutos conta de forma resumida a vida e a trajetória de Joel Silveira, “a víbora” – apelido dado por Assis Chateaubriand . É a reunião de parte do material colhido por Geneton nos mais de 20 anos de amizade. Do início ao fim, textos de Joel, imagens das entrevistas, uma trilha sonora diversa e emocionante – composta por Fagner, Carlos Vereza e Othon Bastos – e testemunhos de quem conviveu com o jornalista, tudo muito bem pensado e trabalhado, na medida certa, sem cair na “pieguice”, contaram aos presentes no auditório G1 os fatos que marcaram a história do Brasil e do mundo, na visão sempre ácida, cômica, direta e, ao mesmo tempo, dura, de Joel Silveira. “Geneton levou ao cinema o grande conhecimento que ele tem na televisão. A obra se evidencia por um vasto material transformado em uma espécie de memória sentimental, sem perder de vista a importância de Joel e do jornalismo, com um toque poético muito pessoal”, falou Alexandre Figueiroa.