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Ex-aluna de Psicologia da Católica se destaca nacionalmente ao assumir gestão de RH da TAM

O portal de notícias IG publicou uma reportagem sobre a ascensão profissional das mulheres no ano de 2011 no Brasil. A personagem principal da matéria é a diretora de Recursos Humanos da TAM Linhas Aéreas, Carolina Duque. Ela se formou em 2003 em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco. Em entrevista à repórter Danielle Assalve, Carolina falou sobre a carreira bem-sucedida e os desafios do mundo corporativo.  

Com perfil ‘inusitado’, jovem chega à diretoria da TAM

Aos 29 anos, Carolina Duque se tornou diretora de recursos humanos da companhia aérea. “Foi uma atitude corajosa da empresa”

Danielle Assalve, iG São Paulo 30/12/2011 05:35 – Atualizada às 10:52

Desde que entrou na faculdade, Carolina Duque já pensava em ocupar um cargo executivo em uma grande empresa e se preparava para isso. Ainda assim, ela mal poderia imaginar que oito anos depois de se formar psicóloga pela Universidade Católica de Pernambuco seria promovida a diretora de recursos humanos da TAM.

Foto: Gladstone Campos / Divulgação

“Pensando bem, foi uma atitude corajosa da empresa”, diz Carolina. “Fui promovida com 29 anos, mulher, nordestina. É um conjunto até um pouco inusitado comparado ao que a gente vê no mercado”, afirma.

Casos como o de Carolina estão se tornando mais comuns no Brasil, onde tem crescido o número de profissionais jovens que chegam rapidamente ao topo da hierarquia corporativa. Os poucos anos de experiência, no entanto, podem trazer alguma resistência por parte de colegas.

“Por ser jovem, alguns duvidam do seu potencial”, afirma Carolina, que começou a trabalhar aos 17 anos. “Sempre fui muito estudiosa. Minha saída foi buscar ter muito embasamento técnico. Precisava entender muito do negócio e da estratégia da empresa, para poder traçar um plano de RH alinhado com isso”, diz. Carolina também fez dois cursos de MBA em busca de aperfeiçoamento profissional.

Apesar de enfrentar certo preconceito por causa da idade, Carolina conta que nunca teve problemas por ser mulher. “O fato de ser mulher até ajuda, se você usar feminilidade, jogo de cintura e for amável com as pessoas”, afirma. “Acho que pode ser um erro quando a mulher sobe muito na profissão e tenta se masculinizar um pouco para se firmar”, diz. “É preciso tomar cuidado para não se tornar uma pessoa dura, e ao mesmo tempo também tomar cuidado para não parecer que você deu bola para alguém.”

A TAM tem hoje 34 diretores, dos quais seis são mulheres. Segundo Carolina, em 2008 a companhia tinha apenas duas mulheres em seu quadro de executivos. Em 2011, a empresa ampliou em 24% seus investimentos em treinamento de funcionários, para R$ 32 milhões. Um dos programas desenvolvidos pela TAM é voltado especificamente para a formação e aperfeiçoamento de lideranças.

A empresa não adota política específica de desenvolvimento de lideranças femininas, diz Carolina, com objetivo de incentivar a diversidade. “A empresa perde muito quando tem estigmas. Tem que ter mescla, tem que ter homem, mulher, estrangeiro, homossexual, é muito pertinente para o País em que a gente vive.”

Segredo do sucesso

Hoje com 31 anos, Carolina acredita que sua carreira está “só no começo” e, por isso, busca consolidar o que construiu até agora. O segredo para a rápida ascensão profissional consiste, basicamente, na combinação de dedicação aos estudos, foco e obsessão por um trabalho bem feito, além de um bom networking.

Ter participado de um programa de trainee também deu um grande impulso para sua carreira. “Fiz o programa da Ford Motors, o que foi muito bom para mim. Tive alta exposição e desenvolvimento para ser líder”, diz. Quando saiu da Ford, aos 26 anos, Carolina foi para TAM como gerente de RH internacional.

No momento, ela está lendo o livro Managing Transitions [Gerenciando Transições], de William Bridges. “Vai me ajudar nesse momento de integração da TAM com a LAN”, diz. Outro livro que Carolina lê agora, Chief Culture Officer [Executivo-chefe de cultura], de Grant McCracken, também é focado no desenvolvimento profissional.

Com a agenda cheia de compromissos e viagens profissionais, Carolina conta que nem sempre a família consegue entender sua rotina corrida. “Às vezes eles falam que eu trabalho muito. Mas quando a gente faz o que gosta, você faz com prazer”, diz Carolina, que também é mãe de uma menina de quatro anos. Quando decidiu cursar psicologia, ela diz que recebeu o apoio da família, “mas com certa desconfiança, sem saber no que ia dar”. Hoje, “eles me admiram e são bem orgulhosos de mim”.

Para quem está dando os primeiros passos na carreira, Carolina sugere humildade e comprometimento. “Ninguém começa de cima, mas quem trabalha duro e muito bem uma hora ou outra acaba se destacando”, diz. Outra dica é “trabalhar com pessoas que você admira”, que servirão como fonte de inspiração e de aprendizado.

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