Champagne Filosófico conversa sobre temas de pesquisa

Uma roda de conversa. Este foi o clima que tomou conta da Livraria SBS no fim da tarde desta quinta-feira (3) na 5ª edição do projeto Champagne Filosófico. A iniciativa organizada pela professora do curso de Direito Andrea Campos reúne alunos que estão finalizando ou que já terminaram suas monografias. Neste semestre, o foco foram os trabalhos que discutiram as questões de gênero. Além da professora Andrea, o historiador Lula Couto ajudou na mediação.

A exposição da mulher na Internet foi o ponto de partida do estudo da aluna Agnes Lemos. Ela fez colocações sobre a alta frequência com a qual as vítimas tem seu corpo exposto na rede por parceiros e ex-parceiros. Um dos referenciais teóricos de Agnes foi o filósofo polonês Zygmunt Bauman. “O homem ainda vê a mulher como propriedade. Ao mesmo tempo, chama a atenção a fragilidade e a liquidez das relações contemporâneas”, disse ela ao se referir a Bauman.

Para o estudante do 6º período, Isiel Amaral, essa fragilidade das relações, talvez, seja fruto da falta de referências da atualidade. “Um problema que já pode ser percebido dentro das famílias e que provoca baixa autoestima. Daí o refúgio na exposição virtual”, ponderou ele.

Para Lula Couto, estamos vivendo uma era de transição e a consequência disso tudo gera o aumento da sensação de angústia. “Somos seres traumáticos e angustiados por natureza. Esta é uma definição clássica psicanalítica”, afirmou ele que está concluindo a capacitação em psicanálise.

Um outro ponto da conversa tratou da responsabilidade civil nas relações afetivas. O tema foi estudado por Ana Carolina. Ela fez uma pesquisa sobre os direitos que os filhos têm de pedir uma reparação às mães por possíveis danos afetivos. “Uma das minhas referências bibliográficas foi o livro Um Amor Conquistado: o Mito do Amor Materno, da filosofa e historiadora francesa Elisabeth Badinter.

Nesta linha de quebra de tabus, a aluna Andrea Wanderley elaborou uma monografia sobre os direitos das pessoas com HIV. Ela tratou das dificuldades encontradas pelos portadores do vírus da Aids fora do ambiente familiar e dos estigmas sociais. Andrea falou sobre o problema de quem enfrenta a patologia no âmbito profissional. “As políticas de incentivo à informação não são boas. Muitos não sabem se devem ou não revelar a sua condição na empresa e quais consequências essa revelação poderá causar”.