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Católica promove workshop com empresa de tecnologia do Vale do Silício

Pesquisadores e desenvolvedores de ferramentas de computação gráfica estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira (17), no auditório Dom Helder, no workshop Nvidia GPU. A atividade foi promovida pelo curso de Jogos Digitais e trouxe representantes da empresa que dá nome ao evento realizado pela primeira vez no Nordeste. A corporação do Vale do Silício é considerada uma das mais inovadoras do mundo pelo MIT e pela revista Forbes.

GPU é a sigla em inglês para Unidade de Processamento Gráfico. A ferramenta revolucionou a computação gráfica mundial e o que originalmente era usado para games, passou a ter uso na arquitetura, engenharia, cinema e até mesmo no desenvolvimento de veículos autônomos.

“Estamos desenvolvendo um carro autônomo nível cinco. É o projeto BB8 (homônimo do robô da série Star Wars). Para você ter uma ideia, o mercado já tem o nível três. A nossa expectativa é de que essa tecnologia esteja regulamentada em cinco anos”, explicou o representante da Nvidia Pedro Cruz.

Ele acredita que num futuro próximo a autonomia veicular chegará ao transporte de produtos (caminhões) e que a tecnologia reduzirá drasticamente os acidentes. “Os automóveis e caminhões ‘conversarão’ uns com os outros. Não haverá nem mesmo a necessidade de se ter um carro, o transporte se tornará um serviço”.

Quando se fala em processamento gráfico é preciso ter em mente algo que vai além das imagens virtuais típicas dos jogos. A tecnologia da GPU é capaz de reconhecer imagens reais captadas por câmeras e ao vivo, transformá-las em dados e processá-los para o desempenho de determinadas funções. Isso permite que computadores funcionem através de leitura labial, por exemplo. É o que os especialistas chamam de Análise Inteligente de Vídeo (IVA em inglês).

São ferramentas como esta que são usadas por desenvolvedoras de games de alto nível. É o caso da Epic Games que criou  o Unreal Engine. “É um motor que reúne um conjunto de softwares para a criação de jogos que economizam bastante tempo”, explicou o representante da Epic Paulo Souza.

“O diferencial do nosso processador (GPU) é que ele executa várias ações ao mesmo tempo e em paralelo, diferentemente de um processador comum que realiza essas ações em sequência”, explicou o outro representante da Nvidia, Márcio Aguiar. Ainda de acordo com ele, essa tecnologia representa uma nova linguagem de programação. “Criamos todo um ecosistema para facilitar a vida dos desenvolvedores”, disse ele ao ressaltar que o desenvolvimento técnico-científico da empresa é voltado para a indústria.

A tecnologia do GPU também tem se mostrado uma ferramenta para os próprios pesquisadores. Eduardo Charles Vasconcellos é doutorando do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense. Ao apresentar os avanços de sua pesquisa, ele classificou a tecnologia da GPU como sendo “a responsável por transformar nossos computadores em plataformas de entretenimento”.

Além de alunos da Católica, havia na plateia desenvolvedores de outras instituições. Othon Luiz tem mestrado em Data Analytics e é ligado ao grupo de pesquisa CIG5, da Escola Politécnica da Universidade Pernambuco. Ele elogiou o nível do evento. “Estou revisando aqui o que levei de dois a três meses para entender”.

L.i.c.e.u – O relacionamento institucional entre a Nvidia e a Unicap vai muito além do workshop realizado hoje. De acordo com o coordenador do curso de Jogos Digitais, Anthony Lins, a ideia é ter a empresa norte-americana como parceira no desenvolvimento de vários projetos. “Um deles é a implantação de um laboratório de inovação, criatividade e empreendedorismo no prédio onde já funcionou o Liceu de Artes e Ofícios”, disse ele ao se referir à edificação localizada na Área Central do Recife, próximo ao Teatro de Santa Isabel.

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