Boletim Unicap

Cátedra Adenauer promove debate sobre a busca de novos modelos de desenvolvimento socioeconômico na Unicap

A Cátedra Adenauer promoveu na noite da última quinta-feira (22), no salão receptivo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), o debate “Na busca de novos modelos de desenvolvimento socioeconômico: debates e perspectivas”, com a participação do economista e escritor Vitor Wilher, da professora do Instituto de Relações Internacionais da USP Maria Antonieta Del Tedesco Lins e do assessora de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Unicap, Thales Castro. O evento teve como mediador Felix Dane, diretore da Fundação Konrad Adenauer no Brasil.

Na ocasião, também foi apresentado o livro “Introdução à Economia Social de Mercado”, de Marcelo Resico, diretor do programa
de Doutorado na Universidade Católica da Argentina, publicado com apoio da Konrad Adenauer. A obra foi distribuída para toda a
América Latina e é usada como livro didático em cursos de Economia de diversos países. O livro foi traduzido para o português e está
disponível para download gratuito no site da Fundação Konrad Adenauer no Brasil.

Na sua apresentação, a professora Maria Antonieta falou sobre a origem da Economia Social de Mercado (ESM). Segundo ela, o novo modelo de economia surgiu durante o pós-guerra, na Alemanha. A ESM é uma combinação do princípio da liberdade de mercado com o princípio da equidade social. O objetivo do conceito é unir as maiores vantagens de um mercado livre, como por exemplo a produtividade alta ou a livre iniciativa individual, com um forte componente social. O modelo alemão da Economia Social de Mercado certamente não possui todas as respostas para perguntas cruciais, como, por exemplo, como é possível estabelecer um crescimento que inclua a sociedade como um todo? No entanto, esse modelo é indicado como o principal fator para o sucesso da economia alemã nos últimos 60 anos.  A professora Maria Antonieta falou também sobre os desafios econômicos e socais dos países emergentes. Na visão dela, um caminho que deve ser perseguido pelo Brasil é manter a inflação baixa significa. “Manter a inflação baixa irá diminuir a pobreza”, disse.

O economista Vitor Wilher alfinetou o governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo o escritor, ela baixa o preço de vários setores para divulgar o desenvolvimento do Brasil. “O governo de Dilma joga notícia nos jornais, como redução de custos de energia, corte do IPI, mas isso não é desenvolver uma nação”, explicou. Ele criticou também o sistema tributário brasileiro, que, na sua visão, dificulta a vida dos empreendedores e da iniciativa privada. “Imposto no Brasil não só é caro como difícil de pagar”, diz. O economista ressaltou que somente os 15 milhões mais ricos do Brasil aproveitaram do êxito econômico do Brasil nos últimos anos, enquanto para os outros 175 milhões não mudou quase nada. Na sua opinião, o melhoramento e extensão da educação, especialmente do ensino básico, são os meios chaves para um caminho da maior participação da população no desenvolvimento econômico do país.

Em sua apresentação, o professor Thales Castro frisou que muitas vezes os cidadãos esperam que o Estado resolva os problemas e satisfaça o seu desejo de felicidade dos cidadão. Mas esse é um equívoco, porque o Estado não pode resolver todos os problemas. Ele lembrou que o modelo da Economia Social de Mercado apoia-se no princípio da responsabilidade pessoal e na ideia
de que por este princípio , a capacidade de cada indivíduo é desenvolvida da melhor forma. Mencionando o tema da eficiência do Estado, o professor Thales Castro chamou atenção para
um outro assunto relevante: o tamanho do Estado. Os atuais 39 ministérios, entre eles 9 secretarias da presidência com status de ministério e seis órgãos com status de ministério, muitas
vezes são responsabilizados pela ausência de transparência e competências indefinidas entre as diferentes esferas do Estado, como também de uma burocracia extremamente inchada.

Na parte final do debate, a plateia fez diversas perguntas para tirar dúvidas com os palestrantes. O encontro foi uma realização da Unicap em parceria com a Fundação Konrad Adenauer.

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